Depois de longos seis meses, tenho um pouco de tempo para ficar em frente a meu computador para compartilhar comigo mesma, e para os que queiram ler, a experiência de ter trabalhado num posto de saúde da Prefeitura do Rio.
Foram muitos obstáculos, muitos entraves... para que chegue aqui nesse dia para contar essa história.
O concurso para Acadêmico Bolsista andava instável. Há dois anos ele não acontecia, logo foi uma surpresa quando o mesmo apareceu em pleno meio do ano. Tudo foi muito inesperado. Inclusive foi bem inesperado ter que mudar toda a minha vida acadêmica em pleno fim de período para seguir com o estágio. Em pleno 1º de junho, tinha que criar 20 horas na minha grade de horários com 6 matérias! Não sei mais nem como eu consegui.
Foi nesse período conturbado, juntando Copa do Mundo, e mais outros compromissos pessoais, que fui me ambientando e conhecendo o atendimento individualizado na nutrição e todo o funcionamento de um posto de saúde de grande porte. Foi num dia 25 de junho que atendi minha primeira paciente. Mas disso falarei depois.
Passei minhas férias em grande estilo, indo ao estágio diariamente, e aprendendo, claro... Mas hoje com dores horrorosas na coluna e um cansaço sem precedentes, tenho que admitir que essas férias me fizeram uma grande falta.
Nesses meses de ambulatório a gente aprende coisas que, enclausurada em uma sala de aula, nunca vamos. Uma delas, que é fundamental é: decifrar letra de médico! Esse tipo de coisa não tem dinheiro que pague, é tão essencial, hahahahaha! Além de outras coisas que os pacientes nos trazem, e que temos que aprender a interpretar se aquilo que o usuário te traz no seu relato vai lhe trazer algum bem ou mal.
É muito diferente ler os sinais e sintomas clínicos de certa doença num slide e ouvir o relato do usuário. Muito diferente mesmo. E sei que ainda tenho que me aprimorar nisso, e muito.
Numa experiência como essas, surgem muitos pontos de discussão, que são fundamentais pra que a gente possa pensar numa saúde melhor para todos os brasileiros.
Desculpem-me, mas sem educação, não há saúde. É muito difícil explicar às pessoas que escolhas são melhores para sua saúde, se eles não conseguem ler bem, interpretar o que estão lendo. É um desafio diário. Ainda mais na alimentação. É difícil explicar às pessoas que, de uma forma ou de outra, refrigerante mesmo sendo doce tem sal. E que o biscoito de maisena também tem sal. E por aí vai.
E então, no meio de tudo isso, descobri que uma das coisas que mais gosto de fazer são as ações educativas. É uma chance muito especial de pelo menos tentar despertar o interesse das pessoas por assuntos muito importantes na alimentação, e que influenciam diretamente na sua saúde.
E como é difícil planejar ações educativas que não sejam monótonas e que desconsiderem o público alvo. E olha que, ao longo dessas várias que eu fiz, várias tiveram que ser feitas em menos de uma semana. Acho que a maioria delas... Mas saíram, e o mais importante, eles gostaram.
A experiência em posto de saúde nos diz o quanto é importante o investimento em atenção básica, e o quanto ela realmente desafoga hospitais de alta complexidade. Mas isso leva tempo, não é de uma hora para outra. Além disso, no Rio de Janeiro estamos vivendo um momento de profundas transformações empreendidas pelo prefeito Eduardo Paes. na saúde, isso vem se demonstrando através da construção e implantação de Clínicas da Família, que vão ser espécies de bases para as equipes de Saúde da Família. Claro que queremos rapidez, pois afinal o povo tem pressa de saúde. No entanto, isso também exige cuidado. No nosso caso específico, somos um Centro Municipal de Saúde, um bom e velho posto de saúde, que também vai abrigar a Clínica da Família e, portanto, equipes de Saúde da Família. E a aceitação não está sendo muito fácil, pois há um problema de remanejamento de espaço, e de responsabilidades que nos deixa confusos. E o que parece é que, quem está ali desde sempre parece que vai ser prejudicado pelo "novo modelo de saúde". Isso não poderia ter acontecido, pois assim a adesão ao novo modelo fica comprometida. E muito.
A Prefeitura vem fazendo o seu trabalho, claro, isso não podemos negar. Mas se a articulação não é feita com as antigas lideranças, isso tudo vai por água abaixo. Bom isso é só uma observação de uma mera estagiária....
A mera estagiária aqui também acredita que esse trabalho que parece ser simples é fundamental para que possamos transformar a vida das pessoas pra melhor. Foi um privilégio sem tamanho poder vivenciar tantas experiências. Coisas que me engrandeceram como pessoa e como profissional. Foi doloroso me acostumar com a idéia de que ia acabar no último mês, mesmo que na última semana eu realmente entendesse que eu precisava dessa parada. Foi o período certo, na hora certa, com as pessoas certas.
Agradeço muito por esta oportunidade de poder aprender e tentar ensinar.
sábado, 11 de dezembro de 2010
domingo, 31 de outubro de 2010
Valores e Princípios
Postado por Unknown às 07:02 0 comentários
Na terça feira passada, fui ao XII Seminário de Saúde Coletiva, organizado pelo Instituto de Nutrição Annes Dias (INAD), na prefeitura do Rio. E foi daqueles dias em que dizer que foi 'corrido' é insuficiente. Saí correndo do estágio depois de fazer uma atividade educativa em grupo.
Não teve como chegar no horário, e confesso que não consegui apreender muito bem a fala do subsecretário de saúde... Mas depois, iniciou-se a rodada de palestras. A primeira foi da Drª Luciene Burlandy, da UFF. Bom, valeu a correria para ouvi-la.
Ela falou sobre Segurança Alimentar e Nutricional, e sobre os meios pelos quais temos que garantir o direito humano à alimentação, recentemente incluído na Constituição Brasileira. E acabou abordando coisas muito pertinentes para nós, como nutricionistas, e como cidadãos.
E ela bateu muito na tecla de que as ações e programas instituídas devem estar de acordo com os valores e princípios da segurança alimentar. Pois se as ações são feitas sem esse embasamento, elas perdem o sentido, e não modificam a realidade.
Uma fala me chamou bastante a atenção: se os valores e princípios não estão adequados, pode-se distribuir renda, mas não se erradica a pobreza, por não se reforçar a noção de direito e mudança de valores.
É assim que eu penso. Para mim, sempre pareceu uma exigência grande demais pedir valores e princípios, além de tudo que já é feito, sem esses dois itens. Mas se é um assunto que está na pauta das pessoas que pensam e refletem na busca de encontrar uma solução para um país melhor, talvez não esteja tão errada.
Pense nisso quando olhar para a urna eletrônica no dia de hoje, caro eleitor.
E já que estamos no Brasil, país globalizado... Um feliz Halloween para todos.
Não teve como chegar no horário, e confesso que não consegui apreender muito bem a fala do subsecretário de saúde... Mas depois, iniciou-se a rodada de palestras. A primeira foi da Drª Luciene Burlandy, da UFF. Bom, valeu a correria para ouvi-la.
Ela falou sobre Segurança Alimentar e Nutricional, e sobre os meios pelos quais temos que garantir o direito humano à alimentação, recentemente incluído na Constituição Brasileira. E acabou abordando coisas muito pertinentes para nós, como nutricionistas, e como cidadãos.
E ela bateu muito na tecla de que as ações e programas instituídas devem estar de acordo com os valores e princípios da segurança alimentar. Pois se as ações são feitas sem esse embasamento, elas perdem o sentido, e não modificam a realidade.
Uma fala me chamou bastante a atenção: se os valores e princípios não estão adequados, pode-se distribuir renda, mas não se erradica a pobreza, por não se reforçar a noção de direito e mudança de valores.
É assim que eu penso. Para mim, sempre pareceu uma exigência grande demais pedir valores e princípios, além de tudo que já é feito, sem esses dois itens. Mas se é um assunto que está na pauta das pessoas que pensam e refletem na busca de encontrar uma solução para um país melhor, talvez não esteja tão errada.
Pense nisso quando olhar para a urna eletrônica no dia de hoje, caro eleitor.
E já que estamos no Brasil, país globalizado... Um feliz Halloween para todos.
sábado, 11 de setembro de 2010
Qual a escala de trabalho do seu coração??
Postado por Unknown às 12:47 0 comentários
Sei que sei pouco. Mas sei que tenho privilégios que poucos tem. Espero que no futuro, possa olhar para trás e dizer que aproveitei muito bem esse momento.
Como Acadêmica Bolsista da prefeitura, posso vivenciar coisas que poucos dos meus colegas tem acesso. Posso ler (ou decifrar, seria a melhor palavra) prontuários médicos, ver os medicamentos que as pessoas tomam e saber as doenças para os quais eles são receitados, tema que a gente mal vê na faculdade. Posso conversar com as pessoas, saber as dificuldades de se seguir um plano alimentar, driblando a ignorância, os hábitos, a falta de dinheiro, os mitos, o santo “Globo Repórter”.
Pena que serão somente seis meses. Por mais que eu seja mega preguiçosa, tenha que acordar cedo (e atrasada, claro) e pegar trem + metrô que não são nem um pouco agradáveis, é ótimo estar num lugar e conhecer as pessoas, lembrar seus rostos e suas histórias antes de iniciar mais uma consulta.
É triste quando me deparo com atitudes de colegas que fazem algo somente porque alguém está mandando. De um modo geral, falta gente com iniciativa no mundo. Boas iniciativas, de preferência; Certamente porque gasta-se menos neurônios e energia quando você faz somente o básico.
Felizmente, tenho bons exemplos de profissionais que fazem sempre o possível para auxiliar os usuários no posto onde trabalho. Isso é um estímulo, para que eu não esqueça que, por mais que seja um caminho mais tortuoso e com mais obstáculos, é o certo a se fazer. E mais que certo, é gratificante.
Sou nutricionista, ou melhor, vou ser nutricionista. Mas nem por isso fico me pesando incessantemente. Muito menos, na frente de uma criança obesa de cinco anos de idade. O bom senso torna-se cada vez mais raro, pelo que percebo.
Na quinta, tivemos aula prática no hospital universitário, e até agora, encontro-me abismada com o que presenciei. Vários grupos de estudantes na enfermaria, sem o menor respeito pelos que se encontravam em observação, falavam alto, riam e conversaram. Utilizaram um leito vazio como dispensador de mochilas, que com certeza devem estar muito limpas e livres de microrganismos.
Fiquei em dúvida se estava na 7ª enfermaria de um hospital de alta complexidade ou numa feira livre.
O respeito ao indivíduo é algo em extinção.
Eu odeio o clima de hospital do Gaffrée, mas sei que vai chegar aquele período de estágio de dois meses, eu não vou poder escapar. Por mais que eu não goste de hospitais, eu não estou observando um prontuário com números cabalísticos e letras que mais parecem eletrocardiogramas. Aquele prontuário é a história de uma pessoa.
Será que é tão difícil de entender?
Outro dia, fui num mercado aqui perto. E no caixa, tem uma folha de papel colado com algo assim: “Escreva os produtos que você procurou e não encontrou”.
Dentre várias marcas de iogurtes que estavam em falta para os consumidores, estava escrito assim: “atendente com educação!”.
Concordo plenamente: iogurtes light e educação são coisas bem difíceis de encontrar hoje em dia.
Como Acadêmica Bolsista da prefeitura, posso vivenciar coisas que poucos dos meus colegas tem acesso. Posso ler (ou decifrar, seria a melhor palavra) prontuários médicos, ver os medicamentos que as pessoas tomam e saber as doenças para os quais eles são receitados, tema que a gente mal vê na faculdade. Posso conversar com as pessoas, saber as dificuldades de se seguir um plano alimentar, driblando a ignorância, os hábitos, a falta de dinheiro, os mitos, o santo “Globo Repórter”.
Pena que serão somente seis meses. Por mais que eu seja mega preguiçosa, tenha que acordar cedo (e atrasada, claro) e pegar trem + metrô que não são nem um pouco agradáveis, é ótimo estar num lugar e conhecer as pessoas, lembrar seus rostos e suas histórias antes de iniciar mais uma consulta.
É triste quando me deparo com atitudes de colegas que fazem algo somente porque alguém está mandando. De um modo geral, falta gente com iniciativa no mundo. Boas iniciativas, de preferência; Certamente porque gasta-se menos neurônios e energia quando você faz somente o básico.
Felizmente, tenho bons exemplos de profissionais que fazem sempre o possível para auxiliar os usuários no posto onde trabalho. Isso é um estímulo, para que eu não esqueça que, por mais que seja um caminho mais tortuoso e com mais obstáculos, é o certo a se fazer. E mais que certo, é gratificante.
Sou nutricionista, ou melhor, vou ser nutricionista. Mas nem por isso fico me pesando incessantemente. Muito menos, na frente de uma criança obesa de cinco anos de idade. O bom senso torna-se cada vez mais raro, pelo que percebo.
Na quinta, tivemos aula prática no hospital universitário, e até agora, encontro-me abismada com o que presenciei. Vários grupos de estudantes na enfermaria, sem o menor respeito pelos que se encontravam em observação, falavam alto, riam e conversaram. Utilizaram um leito vazio como dispensador de mochilas, que com certeza devem estar muito limpas e livres de microrganismos.
Fiquei em dúvida se estava na 7ª enfermaria de um hospital de alta complexidade ou numa feira livre.
O respeito ao indivíduo é algo em extinção.
Eu odeio o clima de hospital do Gaffrée, mas sei que vai chegar aquele período de estágio de dois meses, eu não vou poder escapar. Por mais que eu não goste de hospitais, eu não estou observando um prontuário com números cabalísticos e letras que mais parecem eletrocardiogramas. Aquele prontuário é a história de uma pessoa.
Será que é tão difícil de entender?
Outro dia, fui num mercado aqui perto. E no caixa, tem uma folha de papel colado com algo assim: “Escreva os produtos que você procurou e não encontrou”.
Dentre várias marcas de iogurtes que estavam em falta para os consumidores, estava escrito assim: “atendente com educação!”.
Concordo plenamente: iogurtes light e educação são coisas bem difíceis de encontrar hoje em dia.
sábado, 7 de agosto de 2010
Você faz faculdade ou universidade?
Postado por Unknown às 16:19 Marcadores: saga do estudante, universidade 1 comentários
Ontem, eu estava revirando meus papéis da faculdade e acabei encontrando minha grade curricular completa. E senti uma emoção muito grande...
Emoção de estar completando um ciclo decisivo e fundamental para a minha vida. Ciclo que define rumos, que modifica, que constrói.
Depois de entrar na faculdade de surpresa, trocar de universidade, vivenciar os mais diversos tipos de situações, eu olho pra minha grade, e faltam duas matérias para que tudo termine. ASA II e Nutrição Clínica II.
Mal dá para acreditar, depois de um ultimo período que, minimamente, merece o adjetivo "infernal". Se eu realmente não amasse o que faço, definitivamente não passaria por todos esses testes psicológicos pelos quais fui obrigada a passar pelas circunstâncias da vida acadêmica.
Vamos ser sinceros, a vida na universidade é lago que deveria ser estudado por Freud ou por Paulo Coelho, sei lá. Fica a dica.
Tive a oportunidade de ter muitas visões sobre essa fase da vida de alguns poucos privilegiados brasileiros.
Comecei a trilhar meu caminho na Nutrição na Universidade Veiga de Almeida. Faculdade particular, passei pelo ProUni. Turno noturno. Eu era uma grande vagabunda, que acordava às 14h pra sair às 16h pra ir estudar. Mas foi muito bom conhecer o outro lado da moeda: o lado das pessoas batalhadoras, que depois de um dia inteiro de trabalho, e que tendo casa, marido, filhos para cuidar, estavam ali, tentando manter os olhos abertos para assistir a aula. Pelo puro cansaço, as aulas eram apáticas, tendo como referência a participação dos alunos. Ninguém tinha forças para nada além de escrever o que o professor estivesse falando.
Foi um bom aprendizado conviver com essas pessoas. Foi um privilégio conhecer professoras como Tereza Ibrahim e Cláudia Valéria, grandes feras, nas áreas em que cada uma se propõe (muito diferentes, rs). Mas também tive o desprazer de conhecer muitos professores que me faziam perder meu tempo, e o tempo e dinheiro dos meus colegas de turma. Foram esses professores amebas que me faziam não estar totalmente satisfeita com a vida acadêmica oferecida pela Veiga.
E com isso, alguns amigos (grandes amigos a Veiga me deixou, na verdade) fizeram brotar em mim a chance de querer alcançar outros lugares, alçar outros vôos. Eu não sabia da existência de transferência para outra universidade. E quando soube, fui atrás. E depois de muitas tensões, muitos medos... Eu passei e virei a mais nova aluna da UNIRIO, a universidade mais bem localizada do mundo.
Não é todo mundo que olha o bondinho do Pão de Açúcar subir e descer enquanto se fala de desnutrição e teste t na sala de aula.
E foi na UNIRIO que, até por questões de currículo e matérias, tive as aulas de laboratório, aquelas em que tudo dá errado, e aquelas em que você faz a melhor coisa do mundo. E fui pra rua. Fiz alguns trabalhos em locais fora da universidade. Escolas, creches, abrigos, hospitais... Muita coisa, mas nunca o suficiente.
Foi na UNIRIO também que conheci grandes pessoas, grandes amigos... E grandes professores-seres-amebas. As amebas, eu dispenso. Já passei por todas elas, sobrevivi... E pela frente, acho que só me resta praticamente ter aulas mais uma vez com um profissional que pra mim é um exemplo de caráter, inteligência, competência e humildade: Carlos Magno. O que, como bem diz ele, é um privilégio.
A vida na universidade é um ensaio para o mundo cão que fica fora dos domínios do campus da Urca. Ética, caráter, falta de noção, inveja... Coisas que vamos ter que encontrar aos montes, em todo lugar que possamos um dia trabalhar.
O desafio de se cursar o nível superior é justamente ter a noção do que é uma universidade. Infelizmente, tenho que reconhecer que eu não vivi isso.
Acontece que estamos sempre muito focados no que estamos fazendo. Na nossa prova, no nosso trabalho. E são poucas as pessoas que podem vivenciar o mundo acadêmico de forma plena.
Eu faço nutrição na universidade de paisagem mais linda do universo, que tem uma tradição por cursos de artes, em especial música. E eu nunca fui a uma mostra sequer dos meus companheiros de universidade.
Ou seja, eu fiz faculdade de nutrição. Eu não cursei uma universidade.
Mas tudo bem, fica a reflexão. E a percepção de que, se um dia fizer uma nova faculdade, que não deixe isso passar batido...
Força e perseverança a todos que estudam e se esforçam para ser seres humanos melhores, e poder trazer algo de bom de volta ao nosso mundo.
Ouvindo: Guilty, Bee Gees e Barbra Streisand. Sim, nasci na década de 90 por um erro.
Emoção de estar completando um ciclo decisivo e fundamental para a minha vida. Ciclo que define rumos, que modifica, que constrói.
Depois de entrar na faculdade de surpresa, trocar de universidade, vivenciar os mais diversos tipos de situações, eu olho pra minha grade, e faltam duas matérias para que tudo termine. ASA II e Nutrição Clínica II.
Mal dá para acreditar, depois de um ultimo período que, minimamente, merece o adjetivo "infernal". Se eu realmente não amasse o que faço, definitivamente não passaria por todos esses testes psicológicos pelos quais fui obrigada a passar pelas circunstâncias da vida acadêmica.
Vamos ser sinceros, a vida na universidade é lago que deveria ser estudado por Freud ou por Paulo Coelho, sei lá. Fica a dica.
Tive a oportunidade de ter muitas visões sobre essa fase da vida de alguns poucos privilegiados brasileiros.
Comecei a trilhar meu caminho na Nutrição na Universidade Veiga de Almeida. Faculdade particular, passei pelo ProUni. Turno noturno. Eu era uma grande vagabunda, que acordava às 14h pra sair às 16h pra ir estudar. Mas foi muito bom conhecer o outro lado da moeda: o lado das pessoas batalhadoras, que depois de um dia inteiro de trabalho, e que tendo casa, marido, filhos para cuidar, estavam ali, tentando manter os olhos abertos para assistir a aula. Pelo puro cansaço, as aulas eram apáticas, tendo como referência a participação dos alunos. Ninguém tinha forças para nada além de escrever o que o professor estivesse falando.
Foi um bom aprendizado conviver com essas pessoas. Foi um privilégio conhecer professoras como Tereza Ibrahim e Cláudia Valéria, grandes feras, nas áreas em que cada uma se propõe (muito diferentes, rs). Mas também tive o desprazer de conhecer muitos professores que me faziam perder meu tempo, e o tempo e dinheiro dos meus colegas de turma. Foram esses professores amebas que me faziam não estar totalmente satisfeita com a vida acadêmica oferecida pela Veiga.
E com isso, alguns amigos (grandes amigos a Veiga me deixou, na verdade) fizeram brotar em mim a chance de querer alcançar outros lugares, alçar outros vôos. Eu não sabia da existência de transferência para outra universidade. E quando soube, fui atrás. E depois de muitas tensões, muitos medos... Eu passei e virei a mais nova aluna da UNIRIO, a universidade mais bem localizada do mundo.
Não é todo mundo que olha o bondinho do Pão de Açúcar subir e descer enquanto se fala de desnutrição e teste t na sala de aula.
E foi na UNIRIO que, até por questões de currículo e matérias, tive as aulas de laboratório, aquelas em que tudo dá errado, e aquelas em que você faz a melhor coisa do mundo. E fui pra rua. Fiz alguns trabalhos em locais fora da universidade. Escolas, creches, abrigos, hospitais... Muita coisa, mas nunca o suficiente.
Foi na UNIRIO também que conheci grandes pessoas, grandes amigos... E grandes professores-seres-amebas. As amebas, eu dispenso. Já passei por todas elas, sobrevivi... E pela frente, acho que só me resta praticamente ter aulas mais uma vez com um profissional que pra mim é um exemplo de caráter, inteligência, competência e humildade: Carlos Magno. O que, como bem diz ele, é um privilégio.
A vida na universidade é um ensaio para o mundo cão que fica fora dos domínios do campus da Urca. Ética, caráter, falta de noção, inveja... Coisas que vamos ter que encontrar aos montes, em todo lugar que possamos um dia trabalhar.
O desafio de se cursar o nível superior é justamente ter a noção do que é uma universidade. Infelizmente, tenho que reconhecer que eu não vivi isso.
Acontece que estamos sempre muito focados no que estamos fazendo. Na nossa prova, no nosso trabalho. E são poucas as pessoas que podem vivenciar o mundo acadêmico de forma plena.
Eu faço nutrição na universidade de paisagem mais linda do universo, que tem uma tradição por cursos de artes, em especial música. E eu nunca fui a uma mostra sequer dos meus companheiros de universidade.
Ou seja, eu fiz faculdade de nutrição. Eu não cursei uma universidade.
Mas tudo bem, fica a reflexão. E a percepção de que, se um dia fizer uma nova faculdade, que não deixe isso passar batido...
Força e perseverança a todos que estudam e se esforçam para ser seres humanos melhores, e poder trazer algo de bom de volta ao nosso mundo.
Ouvindo: Guilty, Bee Gees e Barbra Streisand. Sim, nasci na década de 90 por um erro.
sábado, 15 de maio de 2010
Educação nutricional: micos e experiências
Postado por Unknown às 12:57 Marcadores: alimentação, educação nutricional, saga do estudante 0 comentários
Há milênios atrás, vim ao blog para postar o meu desafio da vez, o projeto de educação nutricional em Nova Iguaçu.
O evento do dia das mães que organizamos foi uma grande experiência. Foi muito corrido, tive que virar a noite... mas valeu a pena.
Cada vez mais, é importante que o profissional/estudante de nutrição ‘quebre’ os muros que separam a universidade do resto da sociedade, pois é aí que se encontra o verdadeiro conhecimento. Aquele conhecimento que pode ser plenamente compreendido pelos nossos ouvintes.
Mas... o público deve ser só ouvinte??
Definitivamente não.
É fundamental que possamos incluir as pessoas no processo de construção de atividade. Afinal, é para elas que fazemos.
Começamos com o comidograma, que foi uma forma muito legal de conhecer a população, já que não tivemos a oportunidade de identificar especificamente esse público.
“Como e gosto”, “como e não gosto”, “não como e gosto” e “não como e não gosto” são os termos que as pessoas tinham que responder. E sempre fico apreensiva se o público vai participar bem nesse tipo de interação, mas houve resultado hiperpositivo.
No meio daquela chuva de palavras, quando fui escrever o que o pessoal não come e não gosta, fui escrever salsicha, e saiu salcisha, kkkkkkkkkkkkk! Ninguém merece, e ainda tiraram fotos da minha obra de arte gramatical.
E por fim, o texto que postei... Até que eu consegui fazer! No meio do improviso, sem saber como começar, como entrar, alguma coisa foi! E elas gostaram e se identificaram com o texto. E a piada da ração humana agradou xD.
Agora, por mais que tenhamos em mente que nós conhecemos algo de nutrição, que podemos fazer um intercâmbio de idéias com as pessoas de forma natural, não tem jeito... O nervosismo de estar ali, falando pras pessoas, é gigantesco. Minha mão tremia com o microfone, por mais que a minha expressão facial passasse uma imagem de tranqüilidade. Nessas horas, eu reconheço o quanto o curso de turismo me ajudou a ter essa “falsidade do bem”. Eu estou mega nervosa, só que ninguém precisa saber ;)
O que é importante também é saber decodificar a nossa linguagem para que o grande público possa entender, e nem se sentir subestimado. Tarefa difícil, é como ter um Google tradutor na cabeça, que transforma linguagem técnica em linguagem usual.
Uma açãozinha só já modifica a sua maneira de interpretar e ver as ações educativas e eventos como um todo.
Exatamente uma semana depois, tivemos que fazer uma palestra na creche que trabalhamos. E como ela aconteceu naquele formato tradicional, eu senti falta dos cartazes, da pagação de mico, da conversa mais aberta. Mas às vezes o tempo tem que mandar mais que a criatividade. Por incrível que pareça, não me senti nervosa no momento da explanação.
E mal está começando. Daqui a duas semanas, já temos simulação de prática educativa em sala de aula, e depois, rua de novo!
Trabajando
Trabajando duramente,
Trabajando sí...
O evento do dia das mães que organizamos foi uma grande experiência. Foi muito corrido, tive que virar a noite... mas valeu a pena.
Cada vez mais, é importante que o profissional/estudante de nutrição ‘quebre’ os muros que separam a universidade do resto da sociedade, pois é aí que se encontra o verdadeiro conhecimento. Aquele conhecimento que pode ser plenamente compreendido pelos nossos ouvintes.
Mas... o público deve ser só ouvinte??
Definitivamente não.
É fundamental que possamos incluir as pessoas no processo de construção de atividade. Afinal, é para elas que fazemos.
Começamos com o comidograma, que foi uma forma muito legal de conhecer a população, já que não tivemos a oportunidade de identificar especificamente esse público.
“Como e gosto”, “como e não gosto”, “não como e gosto” e “não como e não gosto” são os termos que as pessoas tinham que responder. E sempre fico apreensiva se o público vai participar bem nesse tipo de interação, mas houve resultado hiperpositivo.
No meio daquela chuva de palavras, quando fui escrever o que o pessoal não come e não gosta, fui escrever salsicha, e saiu salcisha, kkkkkkkkkkkkk! Ninguém merece, e ainda tiraram fotos da minha obra de arte gramatical.
E por fim, o texto que postei... Até que eu consegui fazer! No meio do improviso, sem saber como começar, como entrar, alguma coisa foi! E elas gostaram e se identificaram com o texto. E a piada da ração humana agradou xD.
Agora, por mais que tenhamos em mente que nós conhecemos algo de nutrição, que podemos fazer um intercâmbio de idéias com as pessoas de forma natural, não tem jeito... O nervosismo de estar ali, falando pras pessoas, é gigantesco. Minha mão tremia com o microfone, por mais que a minha expressão facial passasse uma imagem de tranqüilidade. Nessas horas, eu reconheço o quanto o curso de turismo me ajudou a ter essa “falsidade do bem”. Eu estou mega nervosa, só que ninguém precisa saber ;)
O que é importante também é saber decodificar a nossa linguagem para que o grande público possa entender, e nem se sentir subestimado. Tarefa difícil, é como ter um Google tradutor na cabeça, que transforma linguagem técnica em linguagem usual.
Uma açãozinha só já modifica a sua maneira de interpretar e ver as ações educativas e eventos como um todo.
Exatamente uma semana depois, tivemos que fazer uma palestra na creche que trabalhamos. E como ela aconteceu naquele formato tradicional, eu senti falta dos cartazes, da pagação de mico, da conversa mais aberta. Mas às vezes o tempo tem que mandar mais que a criatividade. Por incrível que pareça, não me senti nervosa no momento da explanação.
E mal está começando. Daqui a duas semanas, já temos simulação de prática educativa em sala de aula, e depois, rua de novo!
Trabajando
Trabajando duramente,
Trabajando sí...
segunda-feira, 3 de maio de 2010
De nutricionista e ator, todo mundo tem um pouco
Postado por Unknown às 22:31 0 comentários"Eu sou dona de casa, mas não sou desocupada não! As pessoas pensam que, só porque eu fico em casa, eu não faço nada. Ah é? Então vai lá, cuidar de uma casa com um marido e dois filhos? Vai lá ver se você fica sem fazer nada? É ruim, hein?
Limpar, lavar, passar, cozinhar... Aff, cozinhar é o mais difícil!
A gente gasta muito tempo indo no mercado, comprando as coisas, indo na feira pra comprar as frutas, e pra guardar as compras, pra fazer...
Ah, mas algumas coisas ajudam um pouco a gente na cozinha, né?
Às vezes na correria a comida não sai com aquele sabor, aquele cheirinho bom... Então eu uso aquele tempero... Qual é o nome mesmo? Esqueci o nome, é aquele põe ‘amor’ na comida, não sei cozinhar sem ele! Não sei se põe amor, mas sabor, ele põe. Eu acho...
Ah mas quando chega sexta feira, que eu não aguento mais, to muito cansada, eu faço é um miojo mesmo pros meninos. Eles já são ruim pra comer, é uma aporrinhação todo dia. Eu dou o miojo pra eles e pelo menos um dia não ouço reclamação!
Agora, mais difícil do que cozinhar... é ficar magra! Agora eu tô tomando aquele negócio que passou no Globo repórter, a tal de ração humana. Bom, parece coisa de cachorro, né, ração... Se bem que, eu nunca vi muita cadela gorda por aí, então ração deve ser bom! Eu vou continuar tomando pra ver no que dá!"
sábado, 17 de abril de 2010
Resultados... parciais!
Postado por Unknown às 17:33 Marcadores: Acadêmico Bolsista, saga do estudante 0 comentários
Dia 4 de abril foi a prova do Acadêmico Bolsista. Há um bom tempo atrás... Mas o tempo foi passando e esqueci de atualizar o status quo da minha saga...
Aqui, eu não disse nada, mas escrevi uma pequena matéria no meu blog pessoal, que você pode fuxicar aqui.
Pra quem ainda não conferiu a prova e o gabarito, aí vão os links:
http://fjg.rio.rj.gov.br/publique/media/bolsista_2010_nutricao.pdf
http://fjg.rio.rj.gov.br/publique/media/gabarito_BOLSISTA_2010.xls
*ATENÇÃO: As questões 30 e 38 foram ANULADAS.
Muito se discutiu se a prova estava fácil, se estava difícil. Mas é como em toda e qualquer prova: se você estudou, ela está fácil; se não, ela está difícil. Claro que tinham algumas pegadinhas, como a do gás etileno, que era um tal de hidro-não-sei-o-quê de cálcio, se não me engano. Porém, tinham muitas questões dadas, principalmente pra quem leu os documentos do Ministério da Saúde.
A classificação final só sai dia 21 de maio. Até lá, dá uma ansiedade de saber como vai ser isso, como vão ser selecionados os locais onde trabalhamos, se vai dar tudo certo...
Ainda falta um tempinho, mas até lá, é bom já aprontar alguns documentos. Hey, se você suspeita que passou no Acadêmico Bolsista, procure a secretaria da sua faculdade para saber sobre a emissão de um modelo de documento que eles pedem no dia da assinatura do termo de compromisso. Está nesse documento:
http://fjg.rio.rj.gov.br/publique/media/Edital%20_RESULTADO_PROVA_bolsista.doc
Bom, eu tô suspeitando! Então, mês que vêm já começo a ver isso...
Boa sorte a todos!
Aqui, eu não disse nada, mas escrevi uma pequena matéria no meu blog pessoal, que você pode fuxicar aqui.
Pra quem ainda não conferiu a prova e o gabarito, aí vão os links:
http://fjg.rio.rj.gov.br/publique/media/bolsista_2010_nutricao.pdf
http://fjg.rio.rj.gov.br/publique/media/gabarito_BOLSISTA_2010.xls
*ATENÇÃO: As questões 30 e 38 foram ANULADAS.
Muito se discutiu se a prova estava fácil, se estava difícil. Mas é como em toda e qualquer prova: se você estudou, ela está fácil; se não, ela está difícil. Claro que tinham algumas pegadinhas, como a do gás etileno, que era um tal de hidro-não-sei-o-quê de cálcio, se não me engano. Porém, tinham muitas questões dadas, principalmente pra quem leu os documentos do Ministério da Saúde.
A classificação final só sai dia 21 de maio. Até lá, dá uma ansiedade de saber como vai ser isso, como vão ser selecionados os locais onde trabalhamos, se vai dar tudo certo...
Ainda falta um tempinho, mas até lá, é bom já aprontar alguns documentos. Hey, se você suspeita que passou no Acadêmico Bolsista, procure a secretaria da sua faculdade para saber sobre a emissão de um modelo de documento que eles pedem no dia da assinatura do termo de compromisso. Está nesse documento:
http://fjg.rio.rj.gov.br/publique/media/Edital%20_RESULTADO_PROVA_bolsista.doc
Bom, eu tô suspeitando! Então, mês que vêm já começo a ver isso...
Boa sorte a todos!
domingo, 28 de março de 2010
Uma boa notícia!
Postado por Unknown às 16:41 Marcadores: alimentação, desnutrição infantil, fome, nutrição 1 comentários
Pesquisa afirma que em 10 anos desnutrição infantil pode ser controlada
12/03/2010
De 1986 a 1996 a prevalência de desnutrição em crianças menores de cinco anos na região Nordeste do Brasil foi reduzida em um terço (de 33,9% para 22,2%). Já de 1996 a 2006, a redução foi de quase três quartos (de 22,2% para 5,9%). É o que afirmam Ana Lucia Lovadinho de Lima e colegas do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde e da Faculdade de Saúde Pública, ambas da USP, em pesquisa publicada este ano na Revista de Saúde Pública.
Para chegar a esses dados, os pesquisadores analisaram os dados das amostras probabilísticas dos inquéritos domiciliares do programa Demographic Health Surveys realizados em 1986, 1996 e 2006. Os autores lembram no artigo que "a identificação dos fatores responsáveis pela variação na prevalência da desnutrição (altura para idade <-2 z) levou em conta mudanças na frequência de cinco determinantes potenciais do estado nutricional, modelagens estatísticas da associação independente entre determinante e risco de desnutrição no início de cada período e cálculo de frações atribuíveis".
As melhorias nos índices de desnutrição do primeiro período observado, segundo os autores, estiveram relacionadas particularmente com melhorias na escolaridade materna e com a disponibilidade dos serviços de saneamento. Já no segundo período foram decisivos o aumento do poder aquisitivo das famílias mais pobres e, novamente, a melhoria da escolaridade materna.
Os pesquisadores consideram na publicação que se a taxa de declínio observada entre 1996 e 2006 for mantida, o problema de desnutrição infantil na Região Nordeste poderia ser considerado controlado em menos de dez anos. "Para se chegar a este resultado será preciso manter o aumento do poder aquisitivo dos mais pobres e assegurar investimentos públicos para completar a universalização do acesso a serviços essenciais de educação, saúde e saneamento", afirmam.
Retirado de: http://www.asbran.org.br/sitenovo/noticias.php?dsid=460
Para ver o estudo na íntegra, clique aqui.
12/03/2010
De 1986 a 1996 a prevalência de desnutrição em crianças menores de cinco anos na região Nordeste do Brasil foi reduzida em um terço (de 33,9% para 22,2%). Já de 1996 a 2006, a redução foi de quase três quartos (de 22,2% para 5,9%). É o que afirmam Ana Lucia Lovadinho de Lima e colegas do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde e da Faculdade de Saúde Pública, ambas da USP, em pesquisa publicada este ano na Revista de Saúde Pública.
Para chegar a esses dados, os pesquisadores analisaram os dados das amostras probabilísticas dos inquéritos domiciliares do programa Demographic Health Surveys realizados em 1986, 1996 e 2006. Os autores lembram no artigo que "a identificação dos fatores responsáveis pela variação na prevalência da desnutrição (altura para idade <-2 z) levou em conta mudanças na frequência de cinco determinantes potenciais do estado nutricional, modelagens estatísticas da associação independente entre determinante e risco de desnutrição no início de cada período e cálculo de frações atribuíveis".
As melhorias nos índices de desnutrição do primeiro período observado, segundo os autores, estiveram relacionadas particularmente com melhorias na escolaridade materna e com a disponibilidade dos serviços de saneamento. Já no segundo período foram decisivos o aumento do poder aquisitivo das famílias mais pobres e, novamente, a melhoria da escolaridade materna.
Os pesquisadores consideram na publicação que se a taxa de declínio observada entre 1996 e 2006 for mantida, o problema de desnutrição infantil na Região Nordeste poderia ser considerado controlado em menos de dez anos. "Para se chegar a este resultado será preciso manter o aumento do poder aquisitivo dos mais pobres e assegurar investimentos públicos para completar a universalização do acesso a serviços essenciais de educação, saúde e saneamento", afirmam.
Retirado de: http://www.asbran.org.br/sitenovo/noticias.php?dsid=460
Para ver o estudo na íntegra, clique aqui.
E o SUS, hein?
Postado por Unknown às 16:20 Marcadores: Acadêmico Bolsista, constituição, nutrição, SUS 0 comentários
É fato que esse é o tema que os estudantes de nutrição se perguntam: "pra que raios eu estudo isso?". Seria bom que todos soubessem que a lei é sempre um instrumento, e nesse caso, ela vai fundamentar toda a conduta de um nutricionista que se preze. Ou seja, aquele profissional que não vê a saúde somente pelo seu lado biológico, compartimentalista.
É, eu sou uma exceção, eu adoro estudar o SUS, sua formação, seu financiamento. Adoro. Saúde coletiva pra mim é tudo de lindo.
No meio das minhas matérias antigas, eu achei um texto muito interessante feito um advogado discutindo alguns aspectos do SUS, que é bárbaro. Ainda estou pra ler a lei orgânica toda, mas nesse parágrafo, ele faz um resumão do que encontramos nos artigos da Constituição que se relacionam ao SUS.
É, eu sou uma exceção, eu adoro estudar o SUS, sua formação, seu financiamento. Adoro. Saúde coletiva pra mim é tudo de lindo.
No meio das minhas matérias antigas, eu achei um texto muito interessante feito um advogado discutindo alguns aspectos do SUS, que é bárbaro. Ainda estou pra ler a lei orgânica toda, mas nesse parágrafo, ele faz um resumão do que encontramos nos artigos da Constituição que se relacionam ao SUS.
Repassando, brevemente, aquela seção do capítulo da Seguridade Social, temos que: o art. 196, de maneira ampla, cuida do direito à saúde; o artigo 197 trata da relevância pública das ações e serviços de saúde, públicos e privados, conferindo ao Estado o direito e o dever de regulamentar, fiscalizar e controlar o setor (público e privado); o artigo 198 dispõe sobre as ações e os serviços públicos de saúde que devem ser garantidos a todos os cidadãos para a sua promoção, proteção e recuperação, ou seja, dispõe sobre o sistema único de saúde; o artigo 199, trata da liberdade da iniciativa privada, suas restrições (não pode explorar o sangue, por ser bem fora do comércio; deve submeter-se à lei quanto à remoção de órgãos e tecidos e partes do corpo humano; não pode contar com a participação do capital estrangeiro na saúde privada; não pode receber auxílios e subvenções, se for entidade de fins econômicos etc) e a possibilidade de o setor participar, complementarmente, do setor publico; e o artigo 200, das atribuições dos órgãos e entidades que compõe o sistema público de saúde. O SUS é mencionado somente nos art 198 e 200.
Lenir Santos
Para ler a Lei Orgânica da Saúde (8080/90) na íntegra, clique aqui.
Resumão do PNAN!
Postado por Unknown às 16:09 Marcadores: Acadêmico Bolsista, constituição, nutrição, PNAN 3 comentários
PNAN – Programa Nacional de Alimentação e Nutrição
*Baseia-se na Segurança Alimentar e Nutricional: abastecimento, oferta, consumo e utilização biológica adequados.
PROPÓSITO
“Garantia da qualidade dos alimentos colocados para consumo no país, a promoção de práticas alimentares saudáveis e o controle dos distúrbios nutricionais.”
DIRETRIZES
1) estímulo às ações intersetoriais com vistas ao acesso universal aos
alimentos;
Depende de informação “extra Setor Saúde”, como informações de produção agrícola, emprego e renda.
2) garantia da segurança e da qualidade dos alimentos e da prestação
de serviços neste contexto;
Reforço na Vigilância Sanitárioa, tanto no âmbito dos processos tecnológicos pelos quais alimentos industrializados passam quanto os alimentos em serviços de alimentação. Modernização dos equipamentos para fiscalização. Atualização da legislação para que tenha também as atualizações sobre biotecnologia, além de ajustes para comércio entre países do MERCOSUL. Descentralização nas ações de vigilância principalmente nos alimentos com suplementação obrigatória (sal).
3) monitoramento da situação alimentar e nutricional;
Ampliação e aperfeiçoamento do SISVAN, com o monitoramento especial de grupos de risco, para avaliação e predição de estado de saúde. Sistemas de Informação serão expandidos para acompanhamento de DCNT, prática de aleitamento materno, escolares, etc.
“Nesse sentido, deverá produzir um elenco básico de indicadores capazes de sinalizar os eventos de maior interesse, tais como: disponibilidade de alimentos, aspectos qualitativos e quantitativos da dieta consumida, práticas de amamentação e perfil a dieta complementar pós-desmame, distribuição do peso ao nascer, prevalência da desnutrição energético-protéica, de anemias, do sobrepeso, das deficiências de iodo e de vitamina A e das demais carências de micronutrientes relacionadas às enfermidades crônicas não-transmissíveis.”
4) promoção de práticas alimentares e estilos de vida saudáveis;
O direito humano à alimentação deverá ser explicitado em todo material educativo, para a construção da cidadania. Valorização do costume regional e dos alimentos de baixo custo. Inicia-se no incentivo ao aleitamento materno, e engloba a prevenção de problemas nutricionais. Inclui-se também regularização da propaganda de alimentos infantis. Apoio a programas como o Hospital Amigo da Criança e Bancos de Leite Humano e facilitação do aleitamento materno para mães que trabalham. Fiscalização de produtos farmacêuticos e dietéticos que visam tratar problemas nutricionais. Capacitação dos profissionais de saúde para orientação alimentar.
5) prevenção e controle dos distúrbios nutricionais e de doenças associadas à alimentação e nutrição;
Medidas institucionais específicas da nutrição: desnutrição/infecção – avaliação de “família vulnerável”
Intervenções convencionais: DCNT – promoção da saúde e controle dos desvios alimentares.
“(...) serão assegurados apoio alimentar, cuidados nutricionais específicos e atenção básica de saúde a todas as crianças nessa faixa etária que estejam situadas abaixo do percentil 10 da relação peso/idade, com ênfase nos casos abaixo do percentil 3, mediante o desenvolvimento de ações de reabilitação nutricional. Deverá ser considerada, também, a evolução do peso da criança e não somente a localização pontual no Cartão da Criança.”
Deficiência de ferro: fortificação de farinhas de trigo e de milho. Hipovitaminose A: megadoses em emergência, profilática em menores de 5 anos em regiões endêmicas. Fortificação em alguns alimentos como leite e massas alimentícias. Deficência de iodo: sal de consumo humano e animal suplementado com iodato de potássio.
Aleitamento materno: prevenção de desnutrição, hipovitaminose A e deficiência de ferro. Medidas para promoção: suplementação alimentar, Hospital Amigo de Criança, bancos de leite, lei de comercialização de produtos infantis. Municípios que as adotarem terão um repasse maior agregado ao PAB (Piso de Atenção Básica).
6) promoção do desenvolvimento de linhas de investigação;
Linhas de pesquisa que permitam conhecer a situação do país e estabelecer relações causais: carências nutricionais, valor da dieta, DCNT e perfil de dieta. Elaboração de tabelas de composição principalmente que avaliem os nutrientes com carência. Pesquisas na alimentação institucional, para promoção de hábitos saudáveis. Aleitamento materno; hábitos culturais; modelos de eficácia e intervenção.
7) desenvolvimento e capacitação de recursos humanos.
“Esse componente deverá merecer atenção especial, sobretudo no tocante ao que define a Lei n.o 8.080/90, em seu Art. 14 e parágrafo único, nos quais está estabelecido que a formação e a educação continuada contemplarão ação intersetorial articulada.” Tendo em vista sempre que a alimentação é direito humano.
RESPONSABILIDADES INSTITUCIONAIS
Além da Comissão Intersetorial de Alimentação e Nutrição do Conselho Nacional de Saúde, que põe em prática o que está estabelecido na Leio Orgânica da Saúde (8080/90), temos vários Ministérios que tem atribuições para garantir que a segurança alimentar e nutricional seja atingida. (É numa política que necessita de articulação como essa, é que você percebe o quanto de Ministério e órgão esse país possui. Será que não seria mais fácil administrar uma máquina administrativa mais enxuta?)
1. Governo federal*
Implementar e avaliar a operacionalização das diretrizes e prioridades desta Política Nacional de Alimentação e Nutrição. Participar do financiamento das ações decorrentes desta Política,
destinando recursos, sob a forma de incentivos, procedimentos específicos e outros mecanismos disponíveis para a prestação de serviços e a aquisição, por parte dos outros gestores do SUS, de alimentos e outros insumos definidos.
Promover mecanismos de consolidação do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional
Promover a revisão da legislação sobre alimentos, em especial daquela inerente à vigilância sanitária.
Promover o estabelecimento de rede de laboratórios capacitados à certificação da qualidade de alimentos.
Promover a inspeção e a fiscalização sanitária dos alimentos colocados ao consumo da população, segundo o grau de risco destes produtos, formulando, inclusive, programas específicos para tal fim.
Apoiar estados e municípios, a partir da análise de tendências, no desencadeamento de medidas visando a eliminação ou o controle dos fatores de risco detectados.
2. Governo estadual*
Participar do financiamento das ações decorrentes da Política Estadual.
• Participar da definição e da aquisição dos alimentos e insumos estratégicos, segundo o seu papel nos planos, programas, projetos e atividades que operacionalizarão a Política.
Organizar e coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde pública, no tocante a procedimentos relativos ao diagnóstico de distúrbios nutricionais e ao controle da iodatação do sal.
3. Municípios*
Receber e ou adquirir alimentos e suplementos nutricionais, garantindo o abastecimento de forma permanente e oportuna, bem como a sua dispensação adequada.
Promover as medidas necessárias para integrar a programação municipal à adotada pelo Estado.
Implantar, na rede de serviços, o atendimento da clientela portadora de agravos nutricionais clinicamente instalados, envolvendo: a assistência alimentar, o controle de doenças intercorrentes e a vigilância dos irmãos e contatos, garantindo a simultaneidade da execução de ações específicas de nutrição e de ações convencionais de saúde.
Promover a difusão de conhecimentos e recomendações sobre práticas alimentares saudáveis, tais como o valor nutritivo, propriedades terapêuticas, indicações ou interdições de alimentos ou de suas combinações, mobilizando, para tanto, diferentes segmentos sociais, como, por exemplo, a escola.
Associar-se a outros municípios, inclusive na forma de consórcios, de modo a prover o atendimento de sua população nas questões referentes à alimentação e nutrição.
Investir na infra-estrutura de armazenamento dos alimentos e outros insumos estratégicos, visando assegurar a qualidade dos mesmos.
*pontos mais importantes
• a redução, para menos de 10%, da incidência do baixo peso ao nascer;
• a diminuição, em 50%, da freqüência de desnutrição moderada e grave em crianças;
• a redução, em 1/3, da ocorrência de anemia em gestantes;
• o controle dos distúrbios provocados pela deficiência de iodo;
• o controle da deficiência de vitamina A como problema de saúde
pública; e
• o provimento de condições para que todas as mães possam amamentar seus filhos de forma exclusiva até o sexto mês de vida, continuando a amamentação, num processo de transição alimentar, até os 2 anos.
*Baseia-se na Segurança Alimentar e Nutricional: abastecimento, oferta, consumo e utilização biológica adequados.
PROPÓSITO
“Garantia da qualidade dos alimentos colocados para consumo no país, a promoção de práticas alimentares saudáveis e o controle dos distúrbios nutricionais.”
DIRETRIZES
1) estímulo às ações intersetoriais com vistas ao acesso universal aos
alimentos;
Depende de informação “extra Setor Saúde”, como informações de produção agrícola, emprego e renda.
2) garantia da segurança e da qualidade dos alimentos e da prestação
de serviços neste contexto;
Reforço na Vigilância Sanitárioa, tanto no âmbito dos processos tecnológicos pelos quais alimentos industrializados passam quanto os alimentos em serviços de alimentação. Modernização dos equipamentos para fiscalização. Atualização da legislação para que tenha também as atualizações sobre biotecnologia, além de ajustes para comércio entre países do MERCOSUL. Descentralização nas ações de vigilância principalmente nos alimentos com suplementação obrigatória (sal).
3) monitoramento da situação alimentar e nutricional;
Ampliação e aperfeiçoamento do SISVAN, com o monitoramento especial de grupos de risco, para avaliação e predição de estado de saúde. Sistemas de Informação serão expandidos para acompanhamento de DCNT, prática de aleitamento materno, escolares, etc.
“Nesse sentido, deverá produzir um elenco básico de indicadores capazes de sinalizar os eventos de maior interesse, tais como: disponibilidade de alimentos, aspectos qualitativos e quantitativos da dieta consumida, práticas de amamentação e perfil a dieta complementar pós-desmame, distribuição do peso ao nascer, prevalência da desnutrição energético-protéica, de anemias, do sobrepeso, das deficiências de iodo e de vitamina A e das demais carências de micronutrientes relacionadas às enfermidades crônicas não-transmissíveis.”
4) promoção de práticas alimentares e estilos de vida saudáveis;
O direito humano à alimentação deverá ser explicitado em todo material educativo, para a construção da cidadania. Valorização do costume regional e dos alimentos de baixo custo. Inicia-se no incentivo ao aleitamento materno, e engloba a prevenção de problemas nutricionais. Inclui-se também regularização da propaganda de alimentos infantis. Apoio a programas como o Hospital Amigo da Criança e Bancos de Leite Humano e facilitação do aleitamento materno para mães que trabalham. Fiscalização de produtos farmacêuticos e dietéticos que visam tratar problemas nutricionais. Capacitação dos profissionais de saúde para orientação alimentar.
5) prevenção e controle dos distúrbios nutricionais e de doenças associadas à alimentação e nutrição;
Medidas institucionais específicas da nutrição: desnutrição/infecção – avaliação de “família vulnerável”
Intervenções convencionais: DCNT – promoção da saúde e controle dos desvios alimentares.
“(...) serão assegurados apoio alimentar, cuidados nutricionais específicos e atenção básica de saúde a todas as crianças nessa faixa etária que estejam situadas abaixo do percentil 10 da relação peso/idade, com ênfase nos casos abaixo do percentil 3, mediante o desenvolvimento de ações de reabilitação nutricional. Deverá ser considerada, também, a evolução do peso da criança e não somente a localização pontual no Cartão da Criança.”
Deficiência de ferro: fortificação de farinhas de trigo e de milho. Hipovitaminose A: megadoses em emergência, profilática em menores de 5 anos em regiões endêmicas. Fortificação em alguns alimentos como leite e massas alimentícias. Deficência de iodo: sal de consumo humano e animal suplementado com iodato de potássio.
Aleitamento materno: prevenção de desnutrição, hipovitaminose A e deficiência de ferro. Medidas para promoção: suplementação alimentar, Hospital Amigo de Criança, bancos de leite, lei de comercialização de produtos infantis. Municípios que as adotarem terão um repasse maior agregado ao PAB (Piso de Atenção Básica).
6) promoção do desenvolvimento de linhas de investigação;
Linhas de pesquisa que permitam conhecer a situação do país e estabelecer relações causais: carências nutricionais, valor da dieta, DCNT e perfil de dieta. Elaboração de tabelas de composição principalmente que avaliem os nutrientes com carência. Pesquisas na alimentação institucional, para promoção de hábitos saudáveis. Aleitamento materno; hábitos culturais; modelos de eficácia e intervenção.
7) desenvolvimento e capacitação de recursos humanos.
“Esse componente deverá merecer atenção especial, sobretudo no tocante ao que define a Lei n.o 8.080/90, em seu Art. 14 e parágrafo único, nos quais está estabelecido que a formação e a educação continuada contemplarão ação intersetorial articulada.” Tendo em vista sempre que a alimentação é direito humano.
RESPONSABILIDADES INSTITUCIONAIS
Além da Comissão Intersetorial de Alimentação e Nutrição do Conselho Nacional de Saúde, que põe em prática o que está estabelecido na Leio Orgânica da Saúde (8080/90), temos vários Ministérios que tem atribuições para garantir que a segurança alimentar e nutricional seja atingida. (É numa política que necessita de articulação como essa, é que você percebe o quanto de Ministério e órgão esse país possui. Será que não seria mais fácil administrar uma máquina administrativa mais enxuta?)
1. Governo federal*
Implementar e avaliar a operacionalização das diretrizes e prioridades desta Política Nacional de Alimentação e Nutrição. Participar do financiamento das ações decorrentes desta Política,
destinando recursos, sob a forma de incentivos, procedimentos específicos e outros mecanismos disponíveis para a prestação de serviços e a aquisição, por parte dos outros gestores do SUS, de alimentos e outros insumos definidos.
Promover mecanismos de consolidação do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional
Promover a revisão da legislação sobre alimentos, em especial daquela inerente à vigilância sanitária.
Promover o estabelecimento de rede de laboratórios capacitados à certificação da qualidade de alimentos.
Promover a inspeção e a fiscalização sanitária dos alimentos colocados ao consumo da população, segundo o grau de risco destes produtos, formulando, inclusive, programas específicos para tal fim.
Apoiar estados e municípios, a partir da análise de tendências, no desencadeamento de medidas visando a eliminação ou o controle dos fatores de risco detectados.
2. Governo estadual*
Participar do financiamento das ações decorrentes da Política Estadual.
• Participar da definição e da aquisição dos alimentos e insumos estratégicos, segundo o seu papel nos planos, programas, projetos e atividades que operacionalizarão a Política.
Organizar e coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde pública, no tocante a procedimentos relativos ao diagnóstico de distúrbios nutricionais e ao controle da iodatação do sal.
3. Municípios*
Receber e ou adquirir alimentos e suplementos nutricionais, garantindo o abastecimento de forma permanente e oportuna, bem como a sua dispensação adequada.
Promover as medidas necessárias para integrar a programação municipal à adotada pelo Estado.
Implantar, na rede de serviços, o atendimento da clientela portadora de agravos nutricionais clinicamente instalados, envolvendo: a assistência alimentar, o controle de doenças intercorrentes e a vigilância dos irmãos e contatos, garantindo a simultaneidade da execução de ações específicas de nutrição e de ações convencionais de saúde.
Promover a difusão de conhecimentos e recomendações sobre práticas alimentares saudáveis, tais como o valor nutritivo, propriedades terapêuticas, indicações ou interdições de alimentos ou de suas combinações, mobilizando, para tanto, diferentes segmentos sociais, como, por exemplo, a escola.
Associar-se a outros municípios, inclusive na forma de consórcios, de modo a prover o atendimento de sua população nas questões referentes à alimentação e nutrição.
Investir na infra-estrutura de armazenamento dos alimentos e outros insumos estratégicos, visando assegurar a qualidade dos mesmos.
*pontos mais importantes
• a redução, para menos de 10%, da incidência do baixo peso ao nascer;
• a diminuição, em 50%, da freqüência de desnutrição moderada e grave em crianças;
• a redução, em 1/3, da ocorrência de anemia em gestantes;
• o controle dos distúrbios provocados pela deficiência de iodo;
• o controle da deficiência de vitamina A como problema de saúde
pública; e
• o provimento de condições para que todas as mães possam amamentar seus filhos de forma exclusiva até o sexto mês de vida, continuando a amamentação, num processo de transição alimentar, até os 2 anos.
Correndo contra o tempo!
Postado por Unknown às 16:03 Marcadores: Acadêmico Bolsista 0 comentários
Sim, eu não atualizo o blog há mais de um mês >.<
Tinha dito, e previsto, que seria difícil mantê-lo em meio a tantos compromissos.
Juntamente com a falta de atualização do blog, veio a falta de estudos para a prova do Acadêmico Bolsista. Somente na semana passada fui me dar conta de que a prova era no dia 4 de abril. Sim, daqui a uma semana.
Estou apertando o passo, ou melhor, os olhos, tentando ler o mais rápido que posso. Mas o problema é que tenho um déficit de atenção gravíssimo, alguém assovia do meu e eu já esqueci o que estava fazendo.
Ainda falta pegar alguns documentos do Ministério da Saúde, para que eu possa devorá-los durante o feriado da semana santa. Além disso, reler materno infatil, técnica dietética, avaliação nutricional... Pouca coisa...
Depois de uma semana desgastante, que tirou minhas forças vitais e emocionais, "rever" os amigos foi importante pra ter uma nova injeção de ânimo e não deixar a peteca cair.
Ouvindo: The Very Best Of Jacksons
O melhor do melhor dos irmãos de Gary, Indiana. Imperdível!
Tinha dito, e previsto, que seria difícil mantê-lo em meio a tantos compromissos.
Juntamente com a falta de atualização do blog, veio a falta de estudos para a prova do Acadêmico Bolsista. Somente na semana passada fui me dar conta de que a prova era no dia 4 de abril. Sim, daqui a uma semana.
Estou apertando o passo, ou melhor, os olhos, tentando ler o mais rápido que posso. Mas o problema é que tenho um déficit de atenção gravíssimo, alguém assovia do meu e eu já esqueci o que estava fazendo.
Ainda falta pegar alguns documentos do Ministério da Saúde, para que eu possa devorá-los durante o feriado da semana santa. Além disso, reler materno infatil, técnica dietética, avaliação nutricional... Pouca coisa...
Depois de uma semana desgastante, que tirou minhas forças vitais e emocionais, "rever" os amigos foi importante pra ter uma nova injeção de ânimo e não deixar a peteca cair.
Ouvindo: The Very Best Of Jacksons
O melhor do melhor dos irmãos de Gary, Indiana. Imperdível!
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Transtorno Alimentar - O Mal Estar Contemporâneo
Postado por Unknown às 21:31 Marcadores: Acadêmico Bolsista, Comportamento, concurso, Sociedade, Transtorno Alimentar 0 comentáriosComecei a relembrar as matérias dos períodos anteriores, que tem conteúdos que vão cair na prova de Acadêmico Bolsista. Iniciando com “Sociologia e Antropologia da Nutrição”, só pra dar uma lida em transtornos alimentares.
Essa é uma temática muito interessante, mas é sempre difícil pensar em como o nutricionista pode contribuir num distúrbio que tem um fundo emocional e psicológico tão intenso. A verdade é que não estamos habilitados pra tratar disso. E só com a prática se pode identificar os casos...
E tudo isso provém de um paradoxo. Estamos num mundo muito diferente. A fome ainda é uma realidade em muitos países, mas se formos um pouquinho egoístas e olharmos um pouco pro nosso umbigo, sabemos que a desnutrição teve lá sua queda na América, especialmente no Brasil. No entanto, essa desnutrição não significa boa nutrição: ela vem sendo rapidamente substituída, e até sobreposta, pela obesidade. Isso tudo tem relação com fatores sócio econômicos e culturais. Para famílias mais pobres, é mais barato, ou parece ser, comprar biscoitos recheados, refrigerantes e salsichas pra se alimentar, do que o bom e velho arroz e feijão, acompanhado de algum vegetal. Claro que a ação midiática é certeira: os mais pobres querem ter acesso ao que todos tem: é questão de status. Eu lembro que uma vez uma professora minha disse que, numa pesquisa realizada por ela com mães de famílias com baixa renda, ao serem questionadas sobre o que comprariam para a alimentação dos filhos ser melhor, a resposta campeã foi: Danoninho. Como se fosse o melhor alimento da face da Terra. Puro status e propaganda.
Além desses símbolos dos símbolos de modernidade, como os restaurantes fast food, é notável a abundância de alimentos que temos atualmente. Não que esta abundância esteja igualmente distribuída pela população, longe disso. Mas se há mais oferta de alimentos, estamos incentivando o maior consumo de alimentos, certo?
NÃO, ERRADO! E você por acaso quer comer, engordar, e não parecer com as modelos de capas de revista?
É justamente esse o conflito que vivemos atualmente. E como as pessoas lidam com isso? É difícil, porque estamos no meio do fogo cruzado. Enquanto o Mc Donalds lança o seu novo sundae com mais calda e mais chocolate, daqueles que tem gordura trans até dizer chega, você se sente obrigada a ver o mais novo Globo Repórter que trate de alimentação e passar a seguir aquelas dicas pra tentar emagrecer. A política da magreza é imposta até àquelas pessoas que dizem não se importar com isso. Dizem.
Os transtornos alimentares tem aí, nessa confusão e nessa vontade de satisfazer a padrões, o seu terreno fértil. Claro que tem raízes e origens muito mais intimas e internas. Discute-se muito a função do aleitamento materno para o vinculo mãe-filho. A falta desse vinculo tem explicado muito sobre o que acontece no transtornos.
A família tem muito a ver com isso também. Até pelo perfil familiar é possível separar a possibilidade de se ter anorexia ou bulimia. Família superprotetoras, que incentivam a menina a ser a princesinha da casa, parecem retardar o desenvolvimento da autonomia da filha. Não comer faz parte de cortar esse cordão umbilical emocional. Já na bulimia, há sempre um familiar, ou a própria pessoa, que se cobra, ou é cobrado por ter que emagrecer; e geralmente a família tem estrutura mais desorganizada, sem horários nem limites.
Jean Baudrillard fala muito sobre a temática do corpo, e defende que agora, o corpo não é nada mais que “simulacro não real”, que passa a ter mais significado do que ele na verdade tem. É meio difícil de entender, mas é como se ele carregasse valores que aumentam o seu significado, por que na verdade não existe. Hoje, o corpo não é um complemento das qualidades pessoais de uma pessoa, ele é a pessoa. Por isso essa cobrança tão imensa para que o corpo seja tão perfeito quanto o padrão adotado como o perfeito.
“O conceito de beleza na verdade é virtual. Os indivíduos como seres sociais sentem-se pressionados a corresponder ao ‘padrão’ de beleza da sua cultura – que é exaustivamente apontado pela mídia -, caso contrário, sentem-se menos atraentes e inferiores. Algumas pessoas, nesse caminho, elegem o corpo como único representante de si mesmas e o controle do peso como forma de viver; não percebem o quão tirânica a beleza pode ser e, diante de um universo de possibilidades como ser humano, deixam de acreditar em si em nome de um modelo que será sempre inexistente (Roso, 1993)”
Alvarenga, Marle. A mudança na alimentação e no corpo ao longo do tempo. In: Transtornos Alimentares. p.16.
Achei esse trecho muito bonito mesmo. É triste ver como a nossa sociedade se ‘artificializa’ em cada detalhe, e o interior, o essencial (que é invisível aos olhos, como diz o Exupéry) fica sempre em segundo plano...
Bom, gostei dessa revisão! Quero ver quando chegar a vez de Microbiologia o/
Ouvindo: To whom it may concern, Lisa Marie Presley. Um som descompromissado, bão pra escrever...
Acadêmico Bolsista: "E lá vamos nós!"
Postado por Unknown às 21:27 Marcadores: Acadêmico Bolsista, concurso, nutrição, Prefeitura do Rio 0 comentáriosBoa notícia para os estudantes de Nutrição do Rio de Janeiro!
A prefeitura do Rio abre novamente o concurso para acadêmico bolsista, após dois anos sem oferecer vagas. É uma oportunidade para estudantes da área de Saúde terem uma experiência profissional.
São encontradas quatro modalidades de atuação:
- Estágio Integrado de Saúde mental: o estudante de nutrição pode participar, mas tendo em vista que é uma área de conhecimento multidisciplinar; 20 horas semanais e 89 vagas, concorrendo com outros cursos.
- Promoção de Saúde nas Escolas e Creches: aceita estudantes que estejam entre o 5º e 7º período de Nutrição no 1º semestre de 2010; 12 horas semanais e 14 vagas.
- Modalidade Saúde Coletiva: somente pra estudantes de Medicina e Enfermagem
- Demais estágios: também para estudantes entre o 5º e 7º período de Nutrição no 1º semestre de 2010, 20 horas semanais e 42 vagas. Aqui, as oportunidades de estágio são principalmente nas Unidades de Saúde do município, mas alguns estudantes também serão alocados em Fiscalização Sanitária e Controle de Zoonoses.
As inscrições serão aceitas do dia 22 de fevereiro até dia 08 de março e a taxa de inscrição é de R$ 30,00. Parece que ainda não foi definida uma data para a prova.
Aqui o site para pegar o edital, com todas as informações detalhadas:
Bom, eu vou entrar nessa aventura, nessa grande aventura, hehe! Eu sou levemente desmemoriada, e todas aquelas coisas que a gente aprende no segundo ou terceiro período, parece que minha mente já apagou. O conteúdo é medianamente extenso... Mas não custa nada a gente tentar, contanto que tenhamos o pleno comprometimento com o que pretendemos fazer. Vamos ver no que dá.
Tudo o que eu for revendo e estudando, eu vou tentar colocar um resumo, ou tipo um tópico aqui no blog, como forma de auto-incentivo. Sou péssima pra estudar sozinha...
Boa sorte a todos!
domingo, 14 de fevereiro de 2010
Alimentação: direito do homem, dever do Estado
Postado por Unknown às 16:41 Marcadores: alimentação, constituição, fome, nutrição 0 comentáriosClaro que toda política pública voltada para o bem estar dos cidadãos é bem vinda, porque se corre o risco de que ela seja efetivamente 'utilizada' por bons gestores.Constituição assegura o direito humano à alimentação
09/02/2010
Fonte: CFN
O Congresso Nacional promulgou em 4 de fevereiro, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 047 de 2003, também chamada de PEC da Alimentação. Por se tratar de emenda à Constituição a matéria não necessita de sanção presidencial e, portanto, o direito humano à alimentação está na carta magna, complementando os demais direitos sociais.
"A partir de agora, o Estado é responsável pela alimentação do povo. Esta medida traz mais confiança na luta contra a fome, já que políticas públicas voltadas para esta causa se tornam mais freqüentes a partir deste ponto", destaca a presidente do Conselho Federal de Nutricionistas, Rosane Nascimento.
O direito humano à alimentação está expresso nos artigo 6º da Constituição Federal, que já prevê a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, e a assistência aos desamparados. O novo texto, publicado no Diário Oficial da União de 5 de fevereiro ficou com a seguinte redação:
"Art. 6º - São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma da constituição."
Mas sejamos sinceros, o estado não garante nada do que está na Constituição. Nada. Releia:
"Art. 6º - São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma da constituição."Para que o problema da fome seja resolvido, as pessoas devem ser sensibilizadas. Os governantes que moram em palácios, em casas duplex, devem descer aos bolsões de pobreza do nosso Brasil, pra ver o que realmente acontece. Mas claro, não na época de eleição. Eles devem ir pra fazer seus planos de ação, e porque não, pra verificar se as suas políticas estão tendo real efeito. Será que alguém faz isso?
Para todas as coisas, a mesma lógica funciona. Você não consegue perceber o que é uma criança abandonada e maltratada pela família, até que você visita um abrigo, e percebe o quanto essas crianças tem as marcas físicas de um passado triste, e uma necessidade absurda de dar e receber amor e carinho.O programa do Datena não consegue te transmitir isso, porque você continua sentado na frente da televisão, e isso não representa mudança alguma.
E o nutricionista, principalmente, não deve estar alheio a esse problema de forma alguma. E é onde percebo que mais esse profissional se omite. Cabe a nós estarmos atentos a essanov a emenda, e fazer o possível, como cidadãos, e como profissionais, que ela seja cumprida.
sábado, 13 de fevereiro de 2010
Iniciando os trabalhos...
Postado por Unknown às 12:46 Marcadores: nutrição 0 comentáriosOlá!
E lá vou eu em mais uma aventura, uma grande aventura!
Faz um ano e pouco, eu brinco de blogar sobre a minha vida nada fantástica. É certo que foi há alguns meses atrás que nasceu essa vontade fazer um espaço virtual diferenciado. E agora ela vira realidade.
Não sei como isso vai ser, porque gosto muito de honrar esses compromissos, por mais que sejam só por distração ou divertimento. No caso aqui, o olhar é outro, mas não deixa de ser divertido.
Entrando na reta final do curso de Nutrição, muitos são os compromissos daqui pra frente. Não sei se é o momento ideal pra abrir um blog, e com isso, ter todo o compromisso de ter informações e assuntos importantes. Mas não custa nada tentar! ^^
Vou ver se nesse período de carnaval, já começo a incluir alguns detalhezinhos no layout do blog.
Seja bem vindo (a)!
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