tag:blogger.com,1999:blog-52334972131467172022024-03-05T15:21:53.036-08:00Nutrindo a MenteAnonymoushttp://www.blogger.com/profile/13724778257128832553noreply@blogger.comBlogger30125tag:blogger.com,1999:blog-5233497213146717202.post-8974842838510688072014-04-05T17:46:00.001-07:002014-04-05T17:46:44.008-07:00Rodésia<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
A falta de organização do tempo não me permitiu continuar a postar periodicamente, mas hoje aconteceu algo que senti a necessidade de compartilhar.<br />
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Dentro de um renomado evento de terapia nutricional, estava em uma discussão de caso clínico, que tratava de um CA de esôfago, e em um dado momento a discussão se concentrou na via de administração de dieta no pós operatório imediato: via oral, uma sonda posicionada na cirurgia ou um acesso mais fixo, uma jeunostomia?<br />
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A maioria defendeu a sonda, por conta da dificuldade de técnica na realização de jejunostomia (e não sejamos ingênuos, uma sonda enteral custa 20 reais, uma jejuno custa quanto???). No entanto, a primeira coisa que acontece com os pacientes é... a retirada da sonda. Eles se sentem sufocados, deliram, tem pesadelos de noite... e arrancam o nosso tão estimado acesso para não deixá-los sem comer.<br />
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Até que um médico dá a solução fantástica para a sonda não sair: costurar a sonda no nariz do paciente.<br />
Segundo ele, era justamente pelo perfil de delirium e agitação que os pacientes podem fazer, o que dificultaria a retirada da sonda.<br />
<br />
Eu pensei: "ótimo, o paciente morre de fome, sente-se invadido de todas as formas possíveis, corre o risco de sair passando nas anastomoses e de quebra arranca um pedaço do nariz!!!"<br />
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Quando se vai pensar menos em custos, riscos relativos, p valores... e mais em humanização, dignidade, respeito?<br />
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A realidade da saúde pública brasileira é cruel. Vivencio o seu caos há dois anos, e não consigo entender como as pessoas podem pensar em condutas tão retrógradas para "resolver o seu problema". Pensava que o problema era o bem do paciente. Pensei que a equipe de um hospital está voltada para isso, para devolver o mínimo de dignidade e saúde para os seres humanos.<br />
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Estes são os seres que trabalham no seu automático, e não percebem com quem estão lidando, com que vidas estão jogando.<br />
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Vemos todos os dias pacientes morrendo por falta de comida e de tratamento. A fome não acabou, e sinto informar, ela não está só na África. Ela está aqui, bem do nosso lado.<br />
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Na década de 50, soldados morriam de ataques cardíacos após retornarem de guerras. Isso acontecia porque eles não se alimentavam por meses, e quando voltaram a comer, desenvolviam a síndrome hoje conhecida como síndrome de realimentação.<br />
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Mais de 60 anos depois, temos observado a Síndrome em muitos dos nossos pacientes. É fome do homem que passa 5 meses tomando mingau em casa, pois tem uma tumor de esôfago e não consegue ser atendido em um serviço de saúde.<br />
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Para os que se inspiram com o Médico sem Fronteiras e outras belas iniciativas de auxiliar populações em situações dramáticas, sugiro dar uma passadinha antes no Souza Aguiar ou no Getúlio Vargas... É bem parecido.<br />
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Tudo isso me lembrou uma música do Tim que eu adoro...<br />
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http://www.youtube.com/watch?v=Ck5g_S-G-YI<br />
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"Em Guiné Bissau não está legal, muito menos na Rodésia..."<br />
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Aqui no Brasil também não. É só olhar ao redor com atenção e você perceberá.<br />
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Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13724778257128832553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5233497213146717202.post-66478517510379276112013-01-26T03:45:00.001-08:002013-01-26T03:45:09.227-08:00Eu li: publicações da Nutrição da UFRJ<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Estou tendo que ler alguns livros para um processo seletivo, e duas das publicações dessa bibliografia serão comentadas aqui.<br />
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<a href="http://i.s8.com.br/images/books/cover/img7/21494037_4.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://i.s8.com.br/images/books/cover/img7/21494037_4.jpg" width="320" /></a></div>
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Avaliação Nutricional do Paciente Hospitalizado: Uma Abordagem Teórico-Prática é um bom livro. Explicita pontos importantes da avaliação nutricional, e lê-lo me proporcionou uma boa revisão daquela matéria que cursei no longínquo quinto período. Apresenta um encarte colorido que mostra algumas técnicas da avaliação nutricional, além de aspectos do exame físico.<br />
Bom, aí tenho que comentar que tanto a avaliação nutricional quanto o exame físico só podem ser realmente aprendidos na prática. Infelizmente, este é o calcanhar de Aquiles da Nutrição. Não praticamos estes conhecimentos. Vamos para a prática clínica num mini estágio durante algumas semanas e só. Isso é insuficiente, se observarmos que a Medicina e a Enfermagem estão presentes nos seus locais de inserção desde os primeiros períodos. É lógico que esta inserção na prática clínica na Nutrição é muito mais complicada, por conta da multiplicidade de áreas de atuação que temos, diferente das referidas carreiras.<br />
A avaliação antropométrica é bem descrita, mas fico pensando se estes livros que se propõem a falar de paciente hospitalizado estão mesmo pensando na realidade dos pacientes hospitalizados. Os autores (não só deste livro) se esquecem da viabilidade de algumas dessas técnicas em pacientes idosos, acamados e, primordialmente, pacientes críticos. Ora, pode-se fazer dobras cutâneas em pacientes em cuidados intensivos, mas será que este dado poderá ser realmente considerado, visto que um ponto primordial da técnica está sendo pulado (o paciente deve ficar de pé)? Tenho muitas reservas e dúvidas com relação à avaliação nutricional nestes pacientes multicomplicados, e nenhum autor conseguiu ainda expor algum elemento que pudesse me auxiliar nesta questão.<br />
O melhor capítulo é "Exames laboratoriais empregados na avaliação nutricional", uma discussão dos principais exames usados para avaliar estado nutricional dos macronutrientes e micronutrientes, bem como hemograma, eletrólitos, função hepática e renal, estado imunológico e equilíbrio ácido-básico.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://imagem.casasbahia.com.br/Control/ArquivoExibir.aspx?IdArquivo=4517634" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://imagem.casasbahia.com.br/Control/ArquivoExibir.aspx?IdArquivo=4517634" /></a></div>
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O livro "Dietoterapia: Uma abordagem prática" traz, em dez capítulos, algumas enfermidades em que a terapia nutricional pode ser terapia adjuvante para o tratamento do paciente. Dentro de cada capítulo, são colocados casos clínicos em que se exploram as várias formas de manifestação das doenças, e suas implicações na nutrição do paciente. Considera o exame físico e avaliação antropométrica e bioquímica do paciente, determinando a conduta nutricional estabelecida em cada caso.<br />
Agora sim, vamos falar do livro.<br />
Acredito que, depois que estudamos pra concurso público, ficamos 'cri cris' com referências bibliográficas. E é importante saber quem está lhe recomendando que faça isso ou aquilo. E a impressão que o livro dá é que não há uma uniformidade na escolha daquelas referências. Esse seria um ponto muito importante de ser justificado a cada determinação de cálculo de VET, principalmente. Claro que, às vezes, dá para distinguir o porquê da escolha pelo quadro clínico apresentado pelo paciente, mas nem sempre. E acho que livros devem ser muito claros quanto às condutas defendidas.<br />
No capítulo de doenças hipermetabólicas, a referência para determinação da taxa proteica de paciente adulto é baseada num artigo que se refere a crianças queimadas. Esquisito, não? Fica parecendo que pegaram um dado da introdução do artigo, o que todo mundo sabe que é errado. <br />
O livro é todo baseado em um esquema que se repete em todos os casos clínicos. A ideia é boa, mas acontece que, em alguns momentos, parece que houve um control c + control v da diagramação, mas na hora de colocar os dados daquele caso clínico, esqueceram de apagar os dados anteriores. Então, é uma chuva de formulas de Harris e Benedict com dois valores de TMB numa mesma fórmula.<br />
Claro que um erro no livro não compromete seu objetivo, mas vários pequenos erros deixam a leitura pesada, porque a todo momento você volta para checar a informação.<br />
Também há um desacordo entre o que é dieta normocalórica ou hipercalórica. Pacientes com determinação de VET com 30 kcal por kg de peso estão na conduta como dieta normocalórica. Ué, mas para mim 30 kcal por kg de peso era uma dieta hipercalórica!<br />
A intenção do livro é boa, de mostrar um pouco de como seria para o profissional nutricionista determinar o diagnóstico nutricional e conduta em seus pacientes (por mais que este processo seja muito difícil de ser feito na prática), mas ele é inevitavelmente confuso!<br />
Boas leituras e bons estudos para todos!<br />
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Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13724778257128832553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5233497213146717202.post-14897158552886325702013-01-06T08:47:00.000-08:002013-01-06T08:47:01.794-08:00Coca Cola: as 123 calorias do marketing cafajeste<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-slKnm9LcfHCG81mLdPHTNcAiTUY43CodYIMYJnc0jkEyPQyKOy8w-jnqD2b10D_osRVJPk5VY2xO_bEChal9q52WT3shBHVY0imvGU7rSfy2i0ek86-Ymnp-L7wix1ATPgPSfxjCx9k/s1600/2012.10.26+-+Refrigerante+-+imagem+-+blogspot.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em; text-align: center;"><img border="0" height="215" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj-slKnm9LcfHCG81mLdPHTNcAiTUY43CodYIMYJnc0jkEyPQyKOy8w-jnqD2b10D_osRVJPk5VY2xO_bEChal9q52WT3shBHVY0imvGU7rSfy2i0ek86-Ymnp-L7wix1ATPgPSfxjCx9k/s320/2012.10.26+-+Refrigerante+-+imagem+-+blogspot.jpg" width="320" /></a></div>
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A nova propaganda da Coca Cola tem como objetivo desfazer a ideia de que o refrigerante faz mal. Ele pode ser incluído (pelo que parece, diariamente) na sua alimentação se você tiver uma vida equilibrada e associada a uma atividade física.<br />
Claro, porque se todos tomarmos Coca Cola seremos tão bonitos como os modelos selecionados para as propagandas. E super cool.<br />
Ora, caramba, então não sei porque tem tantas faculdades de nutrição no mundo... E muito mesmo porque eu fiz esta porcaria de faculdade, até porque se a questão é somar calorias, qualquer pessoa que saiba ler e somar pode fazer sua própria dieta. OU NÃO?<br />
Este absurdo começou há meses atrás, quando a Coca Cola se uniu à AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA (ANVISA) e promoveu uma exposição chamada "Emagrece, Brasil!", localizada no Congresso Nacional, que tinha esta mesma intenção: mostrar, a partir da dieta de pontos (!), que você pode comer de tudo se contar as calorias.<br />
Veja bem, eu pensei que a Anvisa existia justamente para nos salvaguardar de alimentos que fazem mal à nossa saúde. Foi realizado um abaixo assinado na forma de uma <a href="http://www.abrasco.org.br/UserFiles/File/ABRASCODIVULGA/2012/WNRioMEB.pdf" target="_blank">Moção de repúdio à esta atividade</a>, que foi passado no Congresso Mundial de Nutrição, que aconteceu em abril do ano passado.<br />
Eu não estou aqui para falar de malefícios do refrigerante, não é este meu objetivo. Mas se você gostaria de relembrá-los ou conhecê-los, aí vão alguns links:<br />
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<a href="http://saude.terra.com.br/dietas/refrigerante-conheca-os-verdadeiros-males-da-bebida,10d98c3d10f27310VgnCLD100000bbcceb0aRCRD.html" target="_blank">Refrigerante: conheça os verdadeiros males da bebida</a><br />
<a href="http://www.em.com.br/app/noticia/tecnologia/2012/03/19/interna_tecnologia,284143/pesquisas-divulgadas-nos-eua-reacendem-polemica-sobre-maleficios-dos-refrigerantes.shtmlhttp://www.em.com.br/app/noticia/tecnologia/2012/03/19/interna_tecnologia,284143/pesquisas-divulgadas-nos-eua-reacendem-polemica-sobre-maleficios-dos-refrigerantes.shtml" target="_blank">Pesquisas divulgadas nos EUA reacendem polêmica sobre malefícios dos refrigerantes</a><br />
<a href="http://caroldaemon.blogspot.com.br/2010/01/mamae-nao-passou-acucar-em-mim.html" target="_blank">Blog da Carol Daemon: Mamãe não passou açúcar em mim! </a><br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
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O que quero deixar claro é que refrigerante não é ALIMENTO, refrigerante é PRODUTO! O alimento tem nutrientes, fornece substratos para que você possa manter-se saudável e executando suas atividades habituais. O produto citado tem água com açúcar/adoçante e química. Não é necessário realizar pesquisas inúmeras para concluir que esta mistura não presta para nada. Aliás, presta para deixar este ou aquele conglomerado mais rico, às custas da sua saúde.<br />
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Gostaria de fazer um paralelo de um lixo químico com um lixo biológico.<br />
Matt Groening criou uma animação chamada Futurama, na qual um pacato jovem chamado Fry acaba fazendo uma viagem no tempo e, na virada do ano de 2000, ele se transporta para o ano 3000.<br />
No futuro, há uma bebida viciante chamada Slurm. Todos amam esta bebida, mas não se sabe exatamente do que é feita.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.deviantart.com/download/63305990/Slurm_by_onebitrocket.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="256" src="http://www.deviantart.com/download/63305990/Slurm_by_onebitrocket.jpg" width="320" /></a></div>
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Fry ganha uma viagem para conhecer a fábrica de Slurm e quando chega lá, acaba descobrindo uma grande farsa: a bebida na verdade é unicamente composta das eliminações fecais de uma Rainha Slurm.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/thumb/8/80/Futurama_204_-_Fry_and_the_Slurm_Factory.jpg/250px-Futurama_204_-_Fry_and_the_Slurm_Factory.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="http://upload.wikimedia.org/wikipedia/en/thumb/8/80/Futurama_204_-_Fry_and_the_Slurm_Factory.jpg/250px-Futurama_204_-_Fry_and_the_Slurm_Factory.jpg" width="400" /></a></div>
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No entanto, como todos são viciados na bebida, principalmente Fry, continuam tomando Slurm felizes e contentes, mesmo depois de saber que estão bebendo fezes.<br />
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Moral da história: muito cuidado com o que você come.</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13724778257128832553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5233497213146717202.post-82501987042956232592013-01-06T07:52:00.001-08:002013-01-06T07:52:52.037-08:00Eu li: O direito fundamental à alimentação, de Mérces Nunes<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.livrariadomedico.com.br/media/catalog/product/cache/1/image/9df78eab33525d08d6e5fb8d27136e95/l/i/livro-direito-fundamental-a-alimentacao.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="http://www.livrariadomedico.com.br/media/catalog/product/cache/1/image/9df78eab33525d08d6e5fb8d27136e95/l/i/livro-direito-fundamental-a-alimentacao.jpg" width="220" /></a></div>
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Comprei este livro na Semana de Saúde Coletiva da UFRJ, porque o título me chamou à atenção. Dei uma folheada, e percebi que ele contextualizava o assunto com o conceito de saúde e sua operacionalização como sistema de saúde.<br />
Depois é que fui perceber que este era um livro focado para o Biodireito (isto está escrito na capa, mas sou uma pessoa levemente distraída). E isso acabou sendo bastante produtivo para a discussão dos temas, pois é sempre estudar um tema sob diferentes enfoques.<br />
É claro que nas partes em que são enfocados conceituações específicas do Direito eu dei uma viajada, mas algo pude entender.<br />
Obviamente, o texto também percorre o conceito de segurança alimentar. Mais do que quantidade, refere-se à contínua disponibilidade de alimentos em quantidade e qualidade adequados. E sabemos muito bem que os alimentos que nos são ofertados incorrem em diversos problemas quanto à sua qualidade.<br />
Mérces mostra o quanto a legislação tem falhas que proporcionam a liberação de produtos com qualidade ruim para o consumidor. Além disso, temos as contaminação químicas e biológicas nos processamentos tecnológicos, agrotóxicos e transgenia, uso de substâncias nocivas de forma deliberada pela indústria, erros em acondicionamento dos alimentos, dentre outros. A fiscalização dos alimentos em nosso país é precária.<br />
Na seção do livro que se detém a explorar os nutrientes, alguns errinhos aparecem, como em nomes de vitaminas que estão equivocados, mas coisa muito pouca frente à discussão que o livro se propõe a suscitar.<br />
Acredito que o livro traz duas importantes contribuições. A primeira delas diz respeito à sua discussão sobre o poder das empresas transnacionais, colocando o termo gigantes genéticos para descrevê-las. Citando a autora: "Essas empresas transnacionais têm por objetivo manipular, controlar, patentear e lucrar com a vida".<br />
Isto é fundamental para se compreender o poder que envolve estas empresas e, primordialmente, o que envolve as parcerias público-privadas, tão comuns quanto repugnantes. Olha nas mãos de quem está a VIDA?<br />
Prestem atenção, estas empresas não fazem mais só produtos. Elas desenvolvem pesquisas de melhoramento, manipulação de espécies para obtenção de características específicas nos alimentos, manipulando, também as descobertas científicas.<br />
A segunda contribuição é uma proposta feita pela autora. Discute-se no livro a ineficiência de uma rotulagem nutricional padrão, afinal os termos técnicos tratados não são de fácil domínio pela população. Ela defende a colocação de advertências sobre os riscos à saúde implicados no consumo daquele alimento, semelhante ao que é feito na propaganda de cigarros. Ou seja, num alimento que possui gordura trans (sorvetes, biscoitos, panetones, biscoitos doces e salgados, entre outros) deveria trazer um anúncio assim: "consumir gordura trans causa gordura visceral (sic), aumentando o risco de infarto e derrame cerebral".<br />
É claro que uma proposta dessas, neste momento em que estamos vivendo, não passaria de qualquer modo. O lobby das empresas não permitiria de maneira alguma. Mas não devemos perder a esperança, porque a advertência em cigarros e a restrição de sua publicidade também passou por este processo de ser impossível. E vejamos hoje. Agora, se esta restrição foi suficiente para reduzir efetivamente seu consumo.... Aí são outros quinhentos.<br />
Gostaria também de fazer uma conexão entre temas similares. Em outro momento do texto, o livro deve que os alimentos com comprovação de efeitos deletérios à saúde sejam banidos da indústria. Esta colocação é pertinente, porém os estudos científicos muitas vezes não são conclusivos de maneira enfática, ou seja, um estudo somente não pode nortear uma decisão de tamanha amplitude. Do mesmo modo, não sabemos o quanto a indústria barra ou manipula as pesquisas que mostrariam a verdade de toda essa porcaria que a gente vem comendo. Logo, em seu texto a autora recomenda a retirada do mercado de produtos contendo aspartame e gordura trans.<br />
E com relação à gordura trans, neste mês de dezembro foi colocado um artigo que trata justamente disto, desta retirada da gordura trans dos alimentos industrializados, tendo em vista que ela foi 'criada' pela indústria e mostrou malefícios importantes para a saúde cardiovascular, primordialmente. <a href="http://www.wphna.org/2012_dec_wn4_tfa.htm" target="_blank">Clique aqui</a> para ler o artigo na íntegra.<br />
"O direito fundamental à alimentação" é uma boa aquisição para os que buscam refletir sobre alimentação de maneira ampla, buscando os elementos que mais contribuem para as nossas escolhas alimentares na atualidade.<br />
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Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13724778257128832553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5233497213146717202.post-87136766787398678412012-12-30T10:18:00.000-08:002012-12-30T10:18:18.477-08:00Eu li: Terapia Intensiva - Nutrição<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
O livro Terapia Intensiva - Nutrição de Elias Knobel (2005) tem um formato bem objetivo para consultas rápidas, sendo interessante para um auxílio para a tomada de decisões na prática clínica.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://www.knobel.com.br/site/wp-content/uploads/2009/10/terapia_intensiva_nutricao.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://www.knobel.com.br/site/wp-content/uploads/2009/10/terapia_intensiva_nutricao.jpg" /></a></div>
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O livro foi editado em 2005, mas tem a maioria das referências anteriores a 2000, o que considero um ponto negativo. Isto influencia em algumas condutas, que hoje sabemos não serem as mais adequadas, como a restrição proteica em pacientes com encefalopatia hepática avançada.<br />
Ele, na verdade, é um manual de condutas dietoterápicas do Hospital Israelita Albert Eistein, visto que grande parte de seus colaboradores são profissionais desta instituição. Logo, muitas coisas estão adaptadas à realidade do hospital.<br />
Não sei se foi o Albert Eistein que criou isto, mas nele consta como tipo de consistência <i>dieta leve</i>. Bom... isso sempre me pareceu uma expressão muito indefinida e vaga, e pensei que tinha saído da imaginação dos médicos... Pois é, agora vi que existe a dieta leve, institucionalizada, como parte do cardápio de um hospital.<br />
Eu vejo as coisas de maneira conservadora, e acredito que não há necessidade desta consistência. Se ela realmente fosse necessária, minha professora de técnica dietética teria me ensinado esta denominação.<br />
Ora, o que o livro quer dizer é que a dieta leve é a dieta pastosa, e a dieta pastosa é uma dieta liquidificada.<br />
Sou contra esta hiperfragmentação de dietas. Isto só serve para que as empresas terceirizadas ganhem mais com diferentes tipos de dietas oferecidas.<br />
Tirando esta parte do livro, ele é livro satisfatório ao que se propõe. Destaco os capítulos de trauma, pacientes queimados e imunonutrição, foram os melhores do livro, na minha opinião.<br />
Para quem trabalha com nutrição clínica no âmbito hospitalar, pode ser uma boa opção de aquisição, por se tratar de uma realidade mais brasileira. Deixa um pouco a desejar na avaliação nutricional, mas pode ser uma consulta viável na terapia nutricional de diferentes patologias.<br />
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Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13724778257128832553noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5233497213146717202.post-69020948081802724812012-05-13T07:06:00.000-07:002012-05-13T07:06:14.247-07:00World Nutrition Rio2012: mobilização<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Depois da plenária, abre-se o leque de opções para a escolha de diversos assuntos no tema da nutrição e saúde coletiva. E a cada dia que passava, ia ficando mais difícil escolher o melhor tema.<br />
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"Como tornar efetivas as organizações de interesse público em alimentação e nutrição" foi um simpósio elaborado com o objetivo de repartir experiências interessantes de intervenções dessas organizações nas políticas públicas. </div>
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Kelly Brownell, do <a href="http://www.yaleruddcenter.org/">Yale Rudd Center For Food Policy and Obesity</a>, realiza uma palestra baseada no conceito de "ciência estratégica". Sabemos que a serventia da pesquisa é a descoberta de inovações e alternativas que proporcionem mudanças positivas na vida das pessoas. No entanto, na vida real, isso é o que menos acontece. Geralmente, os pesquisadores têm como grande objetivo uma publicação científica. Na ciência estratégica, o que se busca é a repercussão e o impacto do que é verificado através das pesquisas. Logo, o resultado de uma pesquisa deve atuar na opinião pública, no governo e na legislação aplicada por ele, na indústria e na imprensa. </div>
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O site da organização é bem legal, possui diversas publicações disponíveis, mas tenho que destacar esta notícia que li aleatoriamente. A notícia comenta que a <a href="http://www.businessweek.com/articles/2012-03-15/pepsi-levies-a-sin-tax-on-its-workers" target="_blank">PepsiCo. efetua desconto de 50 dólares</a> no salário dos funcionários que fumam ou que tem doenças relacionadas à obesidade. Eu acho que a Pepsi não se perguntou primeiramente o que eles produzem e o que eles já descontam na saúde de milhões e milhões de consumidores. </div>
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Aproveitando que achei aqui este tópico, também vou colocar este link que leva ao <a href="http://www.yaleruddcenter.org/marketingpledges/pledge.aspx?id=4">pledge brasileiro</a>. Pledge é um acordo voluntário de indústria e publicidade que indica restrições na propaganda de determinados produtos nocivos à saúde das pessoas, especialmente das crianças, que são muito influenciadas por estas estratégias e, portanto, as mais prejudicadas. Só que um pledge é algo voluntário, ou seja, não credite que a empresa está cumprindo estes acordos, é pura fachada para se dizer de bom moço, e pra dizer que tem a tal 'responsabilidade social'. </div>
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E o marketing é a lama (ou a alma) do negócio. O site <a href="http://www.cerealfacts.org/facts_sheets.aspx" target="_blank">Cereal FACTS</a> observou que as empresas fazem propagandas mais massivas dos produtos com o pior perfil nutricional. Aliás, o site fornece um apanhado muito interessante de informações sobre os diversos cereais que são comercializados nos Estados Unidos, com fichas que discriminam informações nutricionais importantes de serem observadas, tais como teor de açúcares simples e sódio, além de informações sobre propaganda na TV, disponibilidade nos mercados, presença de brinquedos ou associação a imagens nas embalagens desses produtos. <a href="http://pediatrics.aappublications.org/content/127/1/71.short" target="_blank">Aqui</a> segue um link de um artigo da Pediatrics que foi mostrado na palestra, que fala um pouco dessa escolha das crianças pelos cereais, e o que foi observado é que crianças que consomem cereais com maior conteúdo de açúcar, consomem menos frutas em acompanhamento a este cereal e o consomem em maior quantidade.<br />
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Patti Rundall traz como tema a mobilização no tema da nutrição materno-infantil, fortalecendo o incentivo ao aleitamento materno e mostrando os riscos implicados na alimentação artificial. Representando a Rede Internacional de Ação em Alimentação Infantil (IBFAN) e a <a href="http://info.babymilkaction.org/" target="_blank">Baby Milk Action</a>, Patti discute principalmente o interesse comercial que envolve o mercado de fórmulas infantis, encabeçado pela Nestlé.<br />
O leite artificial é divulgado desde 1867 por esta empresa, e desde então várias estratégias foram pensadas para fazer a população acreditar que o leite de vaca em pó é melhor que o leite humano. Antes da crianção dos códigos de comercialização de substitutos do leite materno, a indústria distribuía suas amostras grátis em maternidades (prática muito comum no Brasil até a década de 70), e chegaram a patrocinar clínicas, realizando a separação proposital das mães dos recém nascidos.<br />
A Nestlé ganha 31 bilhões de reais por ano com fórmulas infantis. Assim, fica claro entender quem realmente ganha com a alimentação artificial. Logo, é uma produção muito lucrativa, sendo dez vezes mais caro que o leite em pó convencional.<br />
Vemos que, mesmo com a existência de códigos de limitação do marketing destes produtos, muitos ainda infringem estes acordos. Vejam esta foto de uma propaganda de leite artificial, que diz 'Qual é o melhor leite depois do leite da Kate?' (o cara bolado é o marido da Patti, haha!).<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://info.babymilkaction.org/sites/info.babymilkaction.org/files/images/update44sm.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="http://info.babymilkaction.org/sites/info.babymilkaction.org/files/images/update44sm.jpg" width="286" /></a></div>
A autorregulamentação, tal como já foi discutido, não é saída viável para este problema, pois não diminui o impacto do marketing sobre o público consumidor. E, infelizmente, temos que suspeitar até daquilo que foi feito para nos proteger: metade dos membros do Codex Alimentarius são representantes de empresas. Então, a que interesse estão atendendo?<br />
A Patti foi uma das grandes figuras desse congresso, com muita atitude e vontade de transmitir este espírito reacionário nos participantes.<br />
Adorei a ideia de boicote à Nestlé, porém, vamos ser sinceros. É difícil fazer boicote a uma empresa que tem diversas submarcas, e que nem sempre está expresso Nestlé como marca principal. É um conglomerado, um monstro que nos engole e que monopoliza nossas escolhas alimentares. Mas é um tema a se refletir...<br />
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Graham MaGregor traz a experiência da Ação Mundial sobre Sal e Saúde - WASH (@WASHSALT) no incentivo à redução dos níveis de sódio nos alimentos industrializados através de uma estratégica de redução lenta, de 10% ao ano, que não é percebida pelos consumidores. Para isso, é importante que este monitoramento seja feito independentemente das empresas. Graham traz um dado importante: 5 milhões de investimentos em redução de sal pelo governo tem um impacto de redução de 1 bilhão de gastos em saúde pública. Não há dúvidas que a promoção da saúde é um caminho também para a racionalização dos gastos públicos. Todo gestor sabe disso em teoria, mas são muito poucos os que praticam.<br />
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No próximo post, mais informações sobre legislação da propaganda.<br />
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</div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13724778257128832553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5233497213146717202.post-39899125598164802882012-05-06T09:27:00.000-07:002012-05-06T09:27:19.629-07:00World Nutrition Rio2012: desafios<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
Iniciando os trabalhos com a plenária de abertura "Desafios do século 21 para a Alimentação e Nutrição em Saúde Coletiva", os palestrantes eram convidados a fazer breves observações sobre o tema, de forma a nos fazer refletir sobre quais aspectos deviam ser observados nos próximos dias de eventos.<br />
Eu nunca vi isso acontecer, um evento ter começo, meio e fim. Na maioria das vezes, eles só tem um conteúdo agregado, e só.<br />
Abordando de forma bem resumida as inserções dos palestrantes, e recorrendo às minhas anotações, vou tentar expressar mais ou menos o que foi discutido. A princípio, já peço desculpas se por um acaso a minha interpretação foi distorcida, espero que isso não ocorra.<br />
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<i>Marion Nestle</i> é um exemplo do que quero ser quando crescer. Uma pessoa de fala decidida e cheia de propriedade e, mais do que isso, uma pessoa que leva o ouvinte pra frente, com um discurso encorajador. Foi uma honra conhecê-la através deste congresso.<br />
Ela destacou a relação dicotômica que há entre desnutrição e obesidade no panorama mundial, e o quanto isso está relacionado, em termos de intervenção, ao confrontamento do ambiente, com vista a fortalecer a educação dos indivíduos. Ou seja, oferecer aos cidadãos do mundo um ambiente que propicie e facilite a tomada de decisões e escolhas mais saudáveis. Porém, é importante que o nutricionista, sendo o profissional mais interessado nesta transformação ambiental, tenha em mente que este processo envolve o enfrentamento de forças políticas e empresariais que levam diretamente à disputa de poder. O modelo alimentar vigente no planeta atualmente beneficia muitos bolsos. Tem muita gente ganhando dinheiro com as doenças da nossa população, e elas não estão dispostas a perder esta galinha dos ovos de ouro.<br />
Para saber mais do trabalho da Marion, você pode acessar o twitter dela (@Marionnestle) e também o seu site, clicando <a href="http://www.foodpolitics.com/">aqui</a>.<br />
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<i>Reggie Annan</i> traz uma contribuição muito importante para o debate. Representando uma das universidades de Gana, ele traz a vivência de um realidade na qual os desafios são muito mais profundos. Na verdade, a África acaba sendo o depósito de todo o desequilíbrio desse sistema alimentar, onde ainda persistem problemas graves, tais como a relação da desnutrição com a infecção pelo HIV, o que leva a um desfecho muito mais desfavorável da doença. Questões ambientais, econômicas, ambientais, culturais, relações de poder... Enfim.<br />
Há muitas políticas desenvolvidas em nível macro, e muitas propostas feitas ao nível das agências relacionadas às Nações Unidas, porém Reggie destacou a ausência de implementação de políticas locais nos vários países da África. A observação das peculiaridades locais, como todos sabemos, é fundamental para fazer qualquer ideia virar realidade.<br />
A nutrição também não é vista como ciência, na mesma extensão que outras áreas como a medicina, e deste modo não é vista como importância. logo, a prioridade para políticas de alimentação e nutrição fica sempre em segundo plano. Por falar nisso, indico um texto incrível que fala sobre a febre de suplementação de vitamina A em países pobres. A artificialização da alimentos e a mera medicalização dos problemas nutricionais é discutida com propriedade neste artigo intitulado <a href="http://www.wphna.org/downloads/10-05%20WN%20commentary%20Latham.pdf">The Great Vitamin A fiasco</a>, de Michael Latham.<br />
Os programas de alimentação e nutrição desenvolvidos na África geralmente são levados a cabo com financiamento externo, que dá uma vulnerabilidade muito grande aos mesmos. Acaba o financiamento, acaba o projeto. Logo, são projetos não sustentáveis. Segundo Reggie, portanto, é importante fortalecer o financiamento interno dos projetos desenvolvidos. Algo complicado se a nutrição não é vista com importância, e se os financiamentos externos sempre dizem respeito a um interesse econômico que está obscuro na ajuda de um determinado órgão público ou privado. Voltando a Vitamina A, não há evidências que comprovem que a suplementação em grande escala alcance redução na morbimortalidade de crianças com menos de 5 anos. No entanto, há evidências de que há investimentos pesados de órgãos públicos de países desenvolvidos e de que uma empresa farmacêutica ganha bilhões de dólares com isso.<br />
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<i>Philip James</i> já virou ídolo! Uma das participações mais presentes e expressivas de todo o congresso, com toda a certeza! Abaixo um vídeo dele:<br />
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<iframe allowfullscreen="" frameborder="0" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/Un-mYTAg0Nc" width="560"></iframe><br />
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Philip salientou na plenária de abertura, dentre outros temas, a importância da abordagem integrada dos problemas nutricionais, tendo como base a agenda única de nutrição.<br />
A mudança no setor alimentar é mais que necessária, em especial na regulação do marketing, e o que ele citou como neuromarketing, informando que o cérebro mantém-se em formação até os 25 anos. Logo, durante 25 anos somos bombardeados por propagandas que nos implantam diversos pensamentos do que é melhor pra nós. Não há nem para mensurar o perigo envolvido nas consequências dessa dominação consumista.<br />
Além disso, as mudanças climáticas provocam mudanças diretas nos sistemas alimentares, e isto só induz ao um aumento das desigualdades sociais entre os povos.<br />
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<i>Renato Maluf</i> é economista, professor da UFRRJ, que se colocou justamente neste papel de ser um palestrante fora da área da saúde, para agregar a sua visão aos problemas nutricionais. Também gostei muito de todas as suas colocações ao longo das palestras em que ele estava participando.<br />
Segundo Renato, a crise alimentar se insere no contexto de uma crise sistêmica envolvendo a atividade econômica, o impacto ambiental e as reservas energéticas. Vivemos hoje uma homogeneização de hábitos, em contraposição à diversidade alimentar. Com ela, perde-se em biodiversidade como um todo.<br />
Como os determinantes de um sistema alimentar são os mais diversos possíveis, atingindo os diversos setores de atuação dos governos, é necessário que qualquer intervenção que busque a segurança alimentar e nutricional, baseada no direito humano à alimentação adequada, seja baseada em ações que busquem a intersetorialidade. Esse é um grande desafio, pois os interesses são os mais diferenciados, dependendo do órgão que está envolvido nesta ou naquela política. Associa-se a isso a ausência ca pital humano preparado para levar este tipo de negociação para a frente. vemos que o nutricionista não sai capacitado para este tipo de diálogo, é um profissional que não se pergunta qual o caminho percorrido pela comida que seus usuários compram no supermercado. Não questionam o modelo econômico como fatos impeditivo do alcance da utópica (opinião minha) da Segurança Alimentar e Nutricional.<br />
Outro desafio é a desigualdade na renda, reconhecida por Maluf como o principal desafio para as políticas de alimentação e nutrição no mundo.<br />
O reconhecimento do sistema alimentar local como o melhor caminho para a conquista de uma economia e abastecimento sustentáveis esbarra no poder político implicado neste processo, associado ao controle das influências externas, em especial das grandes transnacionais, que tem passe livre para entrada nos países em desenvolvimento.<br />
<br />
Como visto, a plenária de abertura deu aos ouvintes diversas possibilidades de como aplicar suas reflexões durante os simpósios, debates e plenárias propostas. No próximo post, falo sobre as organizações de interesse público interferindo nas políticas governamentais, com a adorável Patti Rundall, de quem também virei fã! No post, vocês vão entender o porquê!<br />
<br /></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13724778257128832553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5233497213146717202.post-34076811327620638692012-05-05T17:01:00.000-07:002012-05-05T17:18:00.368-07:00World Nutrition Rio 2012: Impressões<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
<div class="MsoNormal">
Depois de tanto tempo afastada deste blog, volto com boas
experiências para compartilhar.</div>
<div class="MsoNormal">
Esses meses foram bastante tensos e com muitas atividades.
Foi uma correria tremenda para enfim me formar. Pois é, não sou mais uma pacata
estudante carioca, mas sim uma pacata nutricionista carioca! Pensei que este
momento geraria em mim certa insegurança quanto a minha preparação, o que é
normal em todo recém formado. Porém, por outros motivos que não vou partilhar
no momento, todo este processo de se tornar profissional foi envolto por uma
maturidade que eu não esperava de mim mesma. Não estou segura da técnica, mas
estou segura de que este é o caminho certo, e é isso que basta no momento!</div>
<div class="MsoNormal">
Depois de dez meses de grande ansiedade e expectativa, enfim
ele chegou. O World Nutrition Rio 2012 foi o meu presente de aniversário do ano
passado, e só agora ele se tornou realidade. Um evento que certamente refletiu
a competência de seus organizadores, porque realmente correspondeu ao que
esperava. Foi um evento quase que estratégico para a minha vida pessoal e
profissional, o ponto que faltava para saber quais caminhos optar nesta vida
profissional que começa a se abrir a partir de agora.</div>
<div class="MsoNormal">
Como o evento divulgou diversas informações importantes para
o nutricionista atuante e preocupado com as questões de saúde pública, acho
importante dividir com os leitores as idéias que foram discutidas, sites e
materiais para aprofundar a pesquisa. Acaba sendo uma forma pra que eu retorne
a estes assuntos, então todos ganham.</div>
<div class="MsoNormal">
Para os brasileiros, foi um orgulho ter esta edição do World
Nutrition na UERJ, uma grande instituição de educação superior localizada no coração
da nossa cidade, que já formou muitos nutricionistas de grande competência. Foi
muito legal ver num local tão próximo da minha realidade e do meu cotidiano
repleto de pessoas de todos os lugares do mundo, falando os mais diferentes
idiomas, das mais diferentes áreas de atuação. </div>
<div class="MsoNormal">
Especialmente, para mim, foi até emocionante. Há quatro anos
atrás, estava eu nesta mesma universidade num evento promovido pelo IMS, um
seminário de Saúde Coletiva. Eu cursava o quarto período da faculdade, e vendo
aquelas apresentações de mestrado e doutorado, as pessoas que ajudaram a propor
o SUS contando as suas experiências pessoais, eu me sentia burra, completamente
burra. No entanto, eu me sentia muito bem, muito privilegiada por ter aquela
experiência. Eu lembro que eu pensava: ‘caramba, como tem gente inteligente
aqui!!’. Ainda estou em plena construção de saberes e idéias (aliás, todos
estamos), porém eu sinto que estava preparada para aproveitar tudo o que foi
discutido neste congresso em 2012. Talvez não me sinta tão burrinha como antes.
</div>
<div class="MsoNormal">
A grande polêmica levantada pelo congresso, desde a sua
concepção, foi a ausência de patrocínio ou apoio advindo de empresas privadas
de alimentação com as quais há o óbvio conflito de interesses. As parcerias
públicos-privadas (PPPs) foram tratadas em muitos momentos do congresso, mas
vou deixar pra discutir o assunto nas próximas postagens. </div>
<div class="MsoNormal">
A plenária de abertura contou com a participação de alguns
representantes das instituições envolvidos neste evento. Tenho que destacar a
fala do reitor da Uerj, na qual ele comentou que a nutrição ajudava a resgatar
um conceito dos gregos chamado ‘temperança’, ou seja, uma busca pelo
equilíbrio. E, com isso, ele comentou esta atuação do nutricionista na questão
de nos ajudar na relação com o corpo e que, com essa busca pelo equilíbrio, nós
auxiliamos as pessoas a se manterem saudáveis e belas. Cabe ressaltar que o
reitor é psicólogo. </div>
<div class="MsoNormal">
Também destaco as palavras aguerridas e arretadas do
representante da Fiocruz, que infelizmente não pude anotar o nome... Ele foi o
primeiro que destacou a importância da ausência de conflitos de interesses no
congresso, o que demonstrou completo compromisso com a liberdade de expressão
das idéias.</div>
<div class="MsoNormal">
Lembram do que o reitor falou? Pois bem. Eis que chega a
hora do representante da Unirio, que infelizmente também não anotei o nome. Só
sei que este senhor deu uma bela patada indireta no reitor, ao dizer que as
questões da nutrição não se resumiam às questões estéticas, mas principalmente
a toda a problemática social envolvida nos temas que permeiam a alimentação. </div>
<div class="MsoNormal">
É, pareceu-me que o reitor não leu o release do congresso...
Tsc, tsc.</div>
<div class="MsoNormal">
Foi mais ou menos neste clima que se iniciou o primeiro dia
dos trabalhos!</div>
<div class="MsoNormal">
No próximo post, falo sobre a segunda parte de abertura.</div>
</div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13724778257128832553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5233497213146717202.post-12197643049741786852012-01-29T13:46:00.000-08:002012-01-29T13:52:07.544-08:00Estágio: o caminho das pedras<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">
<br />
Há muitos meses não escrevo neste blog. Talvez porque este me exija mais tempo e dedicação. E quem sabe mais seriedade.<br />
E também porque nestes últimos meses a vida entrou num ritmo mais acelerado e mais focado, digamos assim. Tive que investir meu tempo em questões mais vitais não só para os próximos meses, mas quem sabe para os próximos anos.<br />
Quando se chega na reta final, você deixa muita coisa para trás, mas também incorpora muitas outras em sua prática. E algumas prioridades acabam vindo à tona, e nesse processo o coitado do blog acaba sendo o sacrificado. Não era essa a intenção.<br />
Mas agora, sinto necessidade de retornar a fazer as coisas que gosto que, em meio a milhares de atividades, horas ininterruptas de estudo e milhões de preocupações com o futuro ficaram acabando no esquecimento. E uma das coisas que eu mais gosto de fazer é escrever, compartilhar minhas experiências mais comuns e corriqueiras, como se estivesse conversando comigo mesma, de frente ao espelho. Se alguém me lê ou não, é uma mera consequência...<br />
Uma coisa sobre a qual tenho refletido bastante é sobre o estágio. Esta experiência que todo (ou quase todo) universitário tem que ter para completar a sua carga horária. Antes fosse só isso!<br />
Numa profissão como a nutrição, que te exige no mínimo três estágios, esta não é só uma experiência complementar, mas sim uma parte importante da sua trajetória de vida! Para mim, pelo menos tem esse significa, pois nestes últimos dois anos, foram uns 5 estágios eu acho. Em cada um deles aprende-se algo para complementar o seu conteúdo teórico, e muitas outras coisas sobre vida profissional, no seu sentido mais amplo.<br />
Nos estágios, você convive com os mais diversos tipos de profissionais, e aí você fica se perguntando com qual destes tipos você mais se assemelhar daqui a alguns anos.<br />
Há profissionais fantásticos, que não desistem e insistem, mantém a confiança na sua prática, mesmo que não haja o menor apoio logístico e humano. Mas é nadando contra a maré que nasce a admiração. Admiro imensamente estas nutris queridas que apareceram em minha vida, sendo nutricionistas, educadoras, psicólogas, assistentes sociais, amigas, e quantas funções mais aparecerem!<br />
Há profissionais mais que fantásticos, de um domínio técnico absurdo, de uma competência absoluta na produção de conhecimento e na aplicação desse conhecimento no cuidado aos usuários. Simplesmente maravilhosos estes profissionais, e estes me ensinaram duas coisas: que há gente competente na nutrição (não muitos, vamos combinar), e que eu ainda não sei nada de nutrição. Nada mesmo.<br />
Há profissionais que nos envergonham como estudantes. Não fazem o menor esforço para fazer o mínimo. E sobre eles, o que comentar? Não quero ser como eles.<br />
E é mais ou menos por aí que funciona. Você, como estudante, tem que estar preparado para encontrar as mais diversas realidades e o mais diversos modos que os profissionais encontram para lidar com esta realidade. Afinal, é normal que nós procuremos a teoria na prática, que aquilo que foi tão exaustivamente dado nas aulas finalmente tenha alguma aplicabilidade na sua vida. Senão, pra que me mandaram decorar toda aquela pá de coisas?<br />
No entanto, esqueça a teoria por um momento. Tente depreender o que este mano ou esta mana pode te oferecer de prática, de vivência, de olho clínico. Este é o pulo do gato. Pessoas que não te podem dar este tipo de experiência, esquece! Segue o seu caminho, assovia enquanto ela 'faz o trabalho dela', porque honestamente, em nada te vai acrescentar.<br />
Percebo, especialmente na área de clínica, uma falta generalizada da técnica na prática do nutricionista. Isso não é bom, porque cada profissão tem sua 'caixa preta', aqueles procedimentos que as pessoas olham de longe e veem que não é qualquer pessoa que pode fazer. A nutrição clínica está se esvaziando, está perdendo o seu grande e valioso trunfo, que é a avaliação nutricional. Mas, mesmo assim, há que se valorizar a experiência destes profissionais, que mesmo não seguindo aquela receita de bolo que aprendemos na marra, sabem pela vivência. Coisa que você não tem, cara pálida.<br />
Mas vamos ao lado mais crítico da situação, todo mundo sabe que estagiário é mão de obra muito barata, logo, mais que explorada. Isso é um fato! Em alguns lugares, posso dizer que fiz exatamente as coisas que eram de minha atribuição; em outros, ralei feito filha de uma égua; em alguns, conquistei aos poucos uma segurança e assumi responsabilidades que foram importante para a construção da minha maturidade; e alguns lugares me utilizaram de modo incipiente, e desse modo, aprendi pouco.<br />
Sabe onde reside a diferença entre todos esses saldos positivos e negativos destas experiências de estágio?<br />
É porque existem dois tipos de supervisor:<br />
- aquele que te dá suporte e te incentiva a tomar a inciativa de meter as caras, e deixar a observação e passar a aprender pela ação. Lembro-me da primeira vez que me deram uma prancheta na mão e disseram: <i>"Vai lá"</i>. Eu aprendi, eu esqueci, eu errei... Eu amadureci e construí uma segurança na minha conduta. Quando me deixaram sozinha, eu assumi a responsabilidade, porque sabia que tinha respaldo. Nesse caso, a experiência é muito boa e te ensina muito mais que mil aulas teóricas. E eu sempre serei grata por este primeiro empurrão.<br />
- e existe aquele tipo de supervisor que só falta dizer, 'já que você está aqui pra aprender, vai lá e faz o meu trabalho por mim?'. Com este, ou você se sente explorada e o aprendizado vem carregado de insegurança e estresse, ou você não aprende nada, porque também não vai ficar fazendo o trabalho dos outros, não é?<br />
É. Situação complicada. Porque você precisa aprender, mas largar-se por aí fazendo aquilo que te dá na telha sem um suporte pode dar uma merda colossal. Porém, tendo uma boa medida de moderação, também é possível tirar alguma experiência boa nestes casos.<br />
Enfim, o estágio é uma experiência declaradamente necessária à sua formação. Ela vai definir o que você quer ser, na teoria e na prática. E é importante que você não apague estas memórias, estas vivências, porque estas vão ser importantes para definir que profissional você realmente vai ser daqui a dez anos. Tome cuidado para não se tornar, por culpa do comodismo, aquele tipo de profissional que nada pôde te ensinar quando você precisava.<br />
<br class="Apple-interchange-newline" /></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13724778257128832553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5233497213146717202.post-62004911839213631462011-07-30T19:56:00.000-07:002011-07-30T19:56:04.584-07:00Uma barra de cereal tem 100 kcal. E só.<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">O ritmo anda frenético. Mil estágios, mil projetos, mil sonhos, mil objetivos.<br />
No meio de tantas expectativas, venho encontrando motivos pra encontrar que há sempre uma saída para se chegar ao ápice da realização profissional: fazer aquilo que realmente você ama e acredita.<br />
Conhecer a trajetória de profissionais que eu admiro, e o esforço inacreditável que eles fizeram para alcançar seus objetivos, são uma inesgotável fonte de inspiração. Se eles conseguiram fazer o impossível, eu também vou conseguir.<br />
<br />
Uma querida amiga veio ao Rio de Janeiro por compromissos de trabalho, e quem diria que esse curto encontro renderia tantas coisas boas. Como eu disse pra ela e repito aqui, a conquista que ela obteve é também uma grande motivação pra mim.<br />
Existem mercados e profissões que passam por restrições e diversas questões complicadoras. Amar a nutrição e querer atuar em saúde pública é um grande problema, já que o emprego só aparece na produção. Nada contra a produção, mas pra mim é um local de produção intelectual e simbólica muito rasa... Infelizmente. Acho que as pessoas passam tempo demais em cozinha, muitas vezes sem ver a luz do Sol, e esquecem que há coisas muito mais importantes na vida que um alimento vencido. Esse tipo de mediocridade suga minha energia, e honestamente, se tiver que trabalhar nessa área, que não passe de um ano. Um período maior que esse, em uma área que não é da minha vocação, é perda de tempo vital, literalmente.<br />
<br />
Voltando à minha amiga, fiquei feliz porque ela conseguiu se inserir no mercado de trabalho em uma área que poucos profissionais da sua área conseguem. No meio das fofocas de sempre, das atualizações, haha, conversamos muito sobre a sua área de atuação: responsabilidade ambiental, sustentabilidade, organizações não governamentais... Eu estava junto aos seus colegas de trabalho, e depois de muito conversar, uma das suas colegas de trabalho diz pra mim: 'Engraçado... Você não parece nutricionista...'. E eu respondi 'Porque? Porque eu não fico só dizendo que uma barra de cereal tem 100 kcal?'. 'É...', ela respondeu.<br />
E porque não seguir a área de serviço social, área de humanas... Todo mundo se pergunta.<br />
Talvez porque a área de biológicas careça desse olhar integral, desse olhar humanístico.<br />
<br />
Enfim, considerei a princípio o fato de não parecer uma pessoa oca um ponto positivo, fiquei realmente lisonjeada. Mas aí depois vem a bendita reflexão, dizendo que há algo de errado.<br />
Entre as pessoas, já está instalada uma opinião (o tal do inconsciente coletivo) que já considera o nutricionista um profissional superficial, o que é uma questão lamentável. Afinal, lidamos com um tema muito complexo, o alimento, e temos por base uma formação generalista, que, a princípio, garantiria uma visão ampla de todos os temas que permeiam a relação homem-alimento-sociedade.<br />
Mas aí você acha os textos de saúde pública chatos. Não sabe porque tem que estudar antropologia. Está fazendo nutrição porque teve preguiça pra estudar o suficiente pra fazer medicina. Ai, nutricionista, o que eu faço com você?<br />
<br />
Esse tipo de coisa me desmotiva, porque eu vejo que as calouras que chegam só alimentam o ciclo de mediocridade que se instalou no curso de nutrição. E aí, acontece isso, a sumarização de conceitos empacotados. Pasteurizados. Os estudantes e profissionais estão pasteurizados, essa é a questão.<br />
<br />
Mas aquela pequena chance de um em milhão, paradoxalmente, tem me movimentado a buscar aquilo que eu almejo. É possível, é real, eu posso chegar lá.<br />
<br />
Aos mestres e profissionais, toda a minha admiração por terem conquistado um espaço no mercado e por serem um exemplo de compromisso e dedicação pela profissão. E aos amigos que lutam diariamente pelos sonhos tão iguais aos meus, amo vocês! E vamos à luta! </div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13724778257128832553noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5233497213146717202.post-7725989318286966952011-07-03T14:33:00.000-07:002011-07-03T14:33:01.611-07:00Somente belas e magras, por favor.<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">Então.<br />
<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">Certas coisas no universo da nutrição me deixam muito desapontada. Às vezes, parece que estou no meio de um monte de cabeças vazias, defendendo uma ciência que nunca vai progredir e que nunca vai conquistar o status que merece, por ser constituída por profissionais que não querem estudar e não querem lutar por um espaço melhor.<br />
Enfim.<br />
Nestes últimos dias, ocorreu uma questão absurda no nosso mundinho. Foi aberta uma seleção de nutricionistas para trabalhar em um congresso da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN), em Fortaleza, e o anúncio pedia que as interessadas mandassem fotos e que tivessem manequim 36 ou 38.<br />
A situação já foi melhor detalhada aqui no blog da nutricionista <a href="http://come-se.blogspot.com/2011/06/precisa-se-de-nutricionista-manequim.html">Neide Rego</a>.<br />
Pra que currículo? Pra que competência?<br />
Além dessa situação ser ato explicitamente preconceituoso, ela emerge do lugar em que necessariamente não deveria existir. Quer dizer, isso vai contra a tudo o que defendemos. Nós defendemos que as pessoas tenham uma vida saudável, mas nunca escravizamos as pessoas à padrões de beleza. A números ideais. Defendemos qualidade de vida, e não pressões midiáticas.<br />
Se ainda não ficou claro, gostaria de declarar explicitamente o meu repúdio à atitude da SBAN. É tão vergonhoso, que é melhor nem comentar mais nada.<br />
Na verdade, há sim o que se comentar.<br />
Quando você pensa que a sua profissão é constituída somente por copioterapeutas e profissionais que se tornaram nutricionistas porque tiveram preguiça de estudar o suficiente pra realizarem seu sonho de serem médicos... vemos que algumas pessoas não dormem no ponto.<br />
E um dos focos de reação que está se estruturando é o Centro Acadêmico Emílio Ribas, da USP, que já vem articulando outras resistências, tais como a discussão sobre a regulamentação da propaganda de alimentos, especialmente no meio acadêmico. Eles escreveram uma carta manifesto falando a respeito do ocorrido, e aproveitaram para comentar do tão polêmico aspecto do apoio e patrocínio de indústrias de alimentos em eventos de nutrição.<br />
Veja a carta <a href="http://caemilioribas.files.wordpress.com/2009/09/carta_sban_final1.pdf">aqui</a>.<br />
Uma decepção profunda... Mas com aquela impressão de que há uma luz no fim do túnel.</div></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13724778257128832553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5233497213146717202.post-52185227649466854672011-04-24T13:47:00.000-07:002011-04-24T13:47:47.040-07:00"O SUS que não se vê", pela Revista Radis<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on"><div style="text-align: justify;">Na terça feira passada, estava na Fiocruz pra acompanhar um evento de Integração dos Estagiários. É, estou fazendo estágio no Instituto Fernandes Figueira, e estou muito feliz com as experiências que esta oportunidade está me proporcionando, de verdade.</div><div style="text-align: justify;">O evento era no Auditório do Museu da Vida, mas como avistei a Biblioteca ao longe, resolvi dar uma fuçada por lá. Adoro bibliotecas, com aqueles corredores repletos de livros de todos os tipos e de todas as épocas. Confesso que me falta muita concentração para sentar e ler um livro mais técnico por longos períodos, mas eu me esforço. E só o ambiente me deixa feliz, com olhos arregalados pela curiosidade. </div><div style="text-align: justify;">Uma herança que tenho da minha época de estudante de Turismo (fiz curso técnico), e que acompanha a todo estudante que foi aluno da grande professora de museologia Vanilda Mandarino, é sair olhando todo e qualquer papelzinho que está a disposição. Na matéria dela, quem tinha mais folders e folhetos informativos, ganhava ponto extra, hehe. E numa dessas de olhar os papéis na recepção da biblioteca, peguei um bem útil, que vem com a definição de todas as bases de dados que encontramos na <a href="http://regional.bvsalud.org/php/index.php">Bireme</a>. E também estavam disponíveis exemplares da Radis, a revista da ENSP.</div><div style="text-align: justify;">Nessa edição de número 104, ela se dedica a falar sobre alguns aspectos do SUS, pruncipalmente falando sobre o reconhecimento da população sobre as ações do SUS.</div><div style="text-align: justify;">E se eu te perguntasse: você é usuário do SUS? </div><div style="text-align: justify;">Se você respondeu que não, porque tem plano de saúde, está redondamente enganado. </div><div style="text-align: justify;">Primeiro, porque você já tomou alguma vacina, e você não fez isso num consultório que aceita o seu plano. Foi no posto de saúde mesmo. E, mais que isso, o SUS está infiltrado em diversas ações de saúde que fazem parte do nosso dia a dia. </div><div style="text-align: justify;">Porém, geralmente quando pensamos em SUS, vemos logo pessoas em filas, morrendo por falta de atendimento. E quando há atendimento, ele é precário. Será que é assim mesmo?</div><div style="text-align: justify;">Olha, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o SUS sofreu uma avaliação melhor das pessoas que o usam, do que pelas pessoas que declararam não usar esse serviço. </div><blockquote style="text-align: justify;">Entre os que declararam ter tido alguma experiência com o SUS, 30,4% consideraram os serviços bons ou muito bons, enquanto, entre os que informaram nunca ter usado o SUS, o índice dos que avaliam os serviços como bons ou muito bons, cai para 19,2%. Por outro lado, os que consideram o SUS ruim ou muito ruim são em maior número entre os que informara nunca ter usado (34,3%) o sistema, do que entre os que disseram ter usado (27,6%).</blockquote><div style="text-align: justify;">Existem duas coisas interligadas nessa questão: a imprensa reforça a idéia de que, se você depender do SUS, você vai morrer na porta do hospital. Logo, ela te incentiva a procurar os serviços de saúde privados, que vão te dar mais 'segurança'. Até porque essas empresas, ganhando rios de dinheiro, fazem seus anúncios nas redes de comunicação, é tudo uma relação de troca. E com isso, cria-se o status do indivíduo que, <i>felizmente</i>, não precisa do SUS. É por isso que quem não usa o serviço é que o critica mais. </div><div style="text-align: justify;">A jornalista Conceição Lemes, especializada em Saúde, dá sua opinião pela ótica do profissional jornalista:</div><blockquote style="text-align: justify;">(...) Ela também considera que esta disseminada a cultura de que SUS é 'coisa de pobre' , o que faz com que o jornalista não se sinta parte do sistema - "A própria mídia não tem interesse em que o SUS dê certo" - e com que as pessoas falem mal, sem conhecê-lo. Ela identifica que não se divulga quando usuários abastados recorrem ao SUS para procedimentos caros, não pagos por seus planos privados. "Os que se servem deste expediente têm vergonha".</blockquote><div style="text-align: justify;">É difícil o plano de saúde cobrir quimioterapia, transplantes e medicamentos pra HIV, não?</div><div style="text-align: justify;">Pois é, e esses procedimentos não caem do céu. </div><div style="text-align: justify;">Temos muito o que comemorar pelo nossos sistema de saúde. Ele significa a concretização de um caminho democrático, que busca uma sociedade mais justa. Ele só precisa ser aprimorado, e reforçado em áreas ainda vulneráveis.</div><div style="text-align: justify;">A Radis veio dedicada quase que exclusivamente a esse assunto, trazendo vários quadros explicativos sobre o assunto, então vou dar uma resumida:</div><div style="text-align: justify;">- A cobertura vacinal do Brasil é uma referência mundial. A cada ano, vemos mais vacinas serem incorporadas ao Calendário Vacinal, proporcionando mais proteção aos grupos de risco, em especial as crianças. A varíola e a poliomelite foram erradicadas, e está a caminho o certificado de erradicação do sarampo. A rubéola foi a protagonista da maior campanha de vacinação realizada no Brasil, em 2008, obtendo cobertura vacinal de 96,5%.</div><div style="text-align: justify;">- O tratamento da Aids é garantido pelo SUS gratuitamente, promovendo uma melhor qualidade de vida aos indivíduos HIV positivo.</div><div style="text-align: justify;">- Nossos laboratórios públicos produzem 80% das vacinas e 30% dos medicamentos que são utilizados no SUS, significando a economia de recursos, um estímulo à produção científica e a formação de trabalhadores qualificados no país.</div><div style="text-align: justify;">- A Vigilância Sanitária está presente em diversos aspectos de nossa vida, na fiscalização de alimentos, medicamentos, cosméticos, estabelecimentos comerciais... Uma lista infinita. E vale dizer que o trabalho da vigilância nos municípios precisa da sua ajuda. Se você ver algo errado, ligue pro serviço de vigilância da sua cidade e denuncie! A participação popular é mais que importante pra melhora dos serviços.</div><div style="text-align: justify;">- Quanto aos transplantes, tenho que citar um trecho do texto:</div><blockquote style="text-align: justify;">Quando o "Fantástico" anunciou em abril de 2009, a estréia da série, <i>Transplante, o dom da vida</i>, apresentada pelo médico Dráuzio Varella, a produção do programa dominical da TV Globo informou em seu blog, que havial 50 mil brasileiros na fila de espera por um transplante. "Muitos morrerão enquanto aguardam. O objetivo dessa série é colaborar para que a fila ande mais depressa", alertava um dos textos de apresentação do quadro.</blockquote><blockquote style="text-align: justify;">Apesar do alerta de que mesmo com um "bom seguro saúde e um patrimônio sólido" ninguém seria privilegiado, e da informação de que o sistema era informatizado "e fiscalizado pelos próprios pacientes que aguardam", os textos publicados no blog deixavam de mencionar o SUS e creditavam o aumento do número de doadores de órgãos à veiculação da série televisisva.</blockquote><blockquote style="text-align: justify;">Na verdade, o que o Fantástico não divulgou - assim como a maioria das matérias publicadas sobre o assunto - é que o SUS mantém o Sistema Nacional de Transplantes, considerado um dos maiores programas públicos de transplantes de órgãos e tecidos do mundo. São 548 estabelecimentos de saúde e 1376 equipes médicas autorizadas a realizar transplantes em 25 estados do país. </blockquote><div style="text-align: justify;"> Nós que convivemos com o SUS de forma mais permanente, sabemos que ele sim funciona. E oferece bons serviços para a população. Não compare, por exemplo, uma assistência pré-natal feita pelo SUS e pelo plano de saúde, são procedimentos totalmente diferentes. Na minha opinião, na assistência privada, mal há procedimentos em si...</div><div style="text-align: justify;">O que acontece é que a eficácia do SUS, pelo menos analisando o Grande Rio esbarra em uma complicação política grave. Nos últimos anos, vimos dezenas de municípios novos brotando por aí, somente para que os políticos possam ganhar um orçamento próprio. E aí, surgem cidades que mal tem um posto de saúde, e às vezes nem isso tem. Isso gera uma superlotação nos serviços da capital que é insustentável, porque a contribuição de impostos de uma pessoa que mora em Queimados, fica em Queimados. mas se ela vai no Hospital Salgado Filho, por exemplo, os impostos que pagam o seu funcionamento são dos contribuintes cariocas. Não há como sustentarmos a falta de estrutura alheia. Com isso, nenhuma das partes acaba sendo atendida com eficiência e integralidade.</div><div style="text-align: justify;">É importante dizer que, nós últimos vinte anos, conquistamos muitas coisas, em especial na questão de estado nutricional da nossa população. Temos, porém, que estar vigilantes, porque as curvas de crescimento das nossas crianças estão felizmente bem alinhadas ao padrão estabelecido pela OMS, mas quando falamos de evolução de peso, nós já estamos ficando acima do normal. Ou seja, o excesso de peso nas crianças já está ficando evidente. São nesses pontos que nossos sistema de saúde tem que se aprimorar e se qualificar.</div><div style="text-align: justify;">As atividades pontuais e básicas, como a imunização, são fundamentais e sempre terão sua importância, mas é hora de qualificar e aprimorar a nossa assistência. Nosso olhar deve ser mais criterioso, e devemos estar mais atentos a questões que podem estar determinando um melhor ou pior estado de saúde da população. Temos que fortalecer a educação em saúde, e dar instrumentos para que os usuários zelem por sua saúde.<br />
Ainda falta muito para chegarmos no nosso ideal, mas não podemos desmerecer as conquistas. Elas são o estímulo para que possamos continuar. E essa luta tem que partir dos profissionais de saúde, que tendem a se acomodar pelas dificuldades e problemas de estrutura e de gestão.<br />
Se você escolheu se dedicar à saúde, saiba que não lhe é permitido desistir!</div></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13724778257128832553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5233497213146717202.post-42392157452285089102011-04-22T19:24:00.000-07:002011-04-22T19:24:02.941-07:00Não tenho nem título para um assunto desses.<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">Desde a semana passada, nas minhas andanças pelos textos do processor Carlos Monteiro sobre a questão dos alimentos ultraprocessados, descobri um texto em seu blog que me deixou, no mínimo, estarrecida. A situação era tão absurda, que eu nem quis comentar naquele momento. Preferi dedicar um momento só a isso.<br />
Como eu não sou uma expert em inglês, vou colar alguns trechos, mas o texto completo você encontra <a href="http://www.wphna.org/carlosmonteiroblog_dec2010.asp">aqui</a>. Vou falar sobre o segundo texto da página: "'Fortified' Coke, Pepsi, for starving Africans??"<br />
<br />
<blockquote style="text-align: justify;">The one and only reliable and sustainable way to reduce undernutrition and where possible to eliminate hunger and starvation, is to give the communities and the countries most affected, the ability to look after themselves. One big first step will be to eliminate foreign debt burdens, most of all of African countries. ‘Band aid’ approaches, including the use of food ‘fortification’ and supplementation, should work in the short-term, but are liable to erode and even destroy the ability of impoverished governments and communities to become food- secure and self-sufficient.</blockquote>Não há nem o que complementar, pois ele já disse tudo. Não adianta querer resolver o problema da miséria com remendos sociais. E ponto.<br />
Só que, nesse jogo, entram as transnacionais, que se instalam nesses países em desenvolvimento, tais como o nosso, e promovem a febre da suplementação e fortificação de todos os alimentos, inclusive os alimentos infantis. Aliás, eles são os preferidos... Vocês sabiam que tem um leite Ninho que vem escrito na embalagem que ele não é um leite em pó? Ou seja, já virou um produto híbrido, um mutante em forma de alimento que desce goela abaixo das crianças.<br />
<blockquote style="text-align: justify;">‘Premium’ UPPs usually cost more. They are usually promoted using prominent health claims. Such claims are particularly potent when they are addressed to the mothers and carers of children. The general strategy of the transnationals is steadily to replace traditional and established food systems, with ready-to-consume and ready-to-heat products, and in particular snacks. Products with a claimed high nutrient profile, often because ‘fortified’ with synthetic micronutrients, are part of this plan. The vision of the most diversified transnationals is to ‘teach the world to snack’ – a world in which meals and foods (and families) are replaced by UP snacks with their brand, purchased and consumed from the age of weaning and hen by individuals throughout life. Again, if you feel this is exaggerating, access the freely available on-line industry literature. </blockquote>No artigo sobre a nova classificação dos alimentos, Carlos Monteiro e seus colaboradores mostram as mudanças do perfil de consumo dos brasileiros ao longo das pesquisas de orçamento familiar já realizadas até a conclusão da pesquisa, ou seja, até a POF de 2002-2003. E as mudanças são mais significativas para esses alimentos ultra processados. Temos que lembrar que programas assistenciais do governo, tais como a unificação dos auxílios no cartão do Bolsa Família, aumentaram o poder de compra dos brasileiros de baixa renda. Porém, isso não determinou uma maior qualidade nos produtos comprados com essa renda adicional. Aí mora o problema. As crianças não são mais desnutridas lá no z score da tabela, mas são mal nutridas com danoninho, Coca Cola e Trakinas.<br />
Por falar em Coca Cola, o texto do artigo deixa bem claro qual é o tema.<br />
O pior é que não é brincadeira. Dois pesquisadores da Universidade da Califórnia propuseram a fortificação de refrigerantes tendo em vista atender a uma necessidade nutricional de crianças desnutridas na África Sub Saariana.<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://www.wphna.org/images/cokebike.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="296" src="http://www.wphna.org/images/cokebike.jpg" width="400" /></a></div><br />
<br />
A pergunta é: O que?<br />
Olha, qualquer proposta de fortificação e suplementação de alimentos tem um teor de polêmica, tais como a questão da multimistura e do que aconteceu no Brasil há anos atrás com a doação de leite para grupos em risco nutricional. Mas fortificar um refrigerante?<br />
É sabido que o refrigerante tem valor nutricional nulo, além de ser repleto de fatores que vão em contra a qualquer proposta de torná-lo um alimento recomendável para crianças.<br />
Os 'pesquisadores' justificam sua opinião por conta do baixo custo do refrigerante na África, que custa cerca de 20 a 30 centavos:<br />
<blockquote style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="line-height: 19px;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: inherit;">The arguments in support of this bizarre proposal are so fragile that commenting on them in detail is perhaps not necessary. One point will do. The case of the West Coast academics depends on their assertion that soft drinks and other bottled products are affordable by African people living in poverty and misery. To ‘prove’ this, they say: ‘Costs of Coca-Cola products are kept low in African markets (~20 - ~30 cents), less than a cost of a newspaper, so that they are affordable for the population’. But people existing virtually without money, or on the equivalent of a US dollar a day or less, do not buy newspapers. Their needs are more fundamental. </span></span></blockquote>Eu acho que eu nunca vi nada tão bizarro na vida. Quer dizer que podemos acabar com o problema da subnutrição com um alimento de 30 centavos fortificado por uma indústria que esmaga os direitos ambientais das localidades onde se instala e estabelece exploração de recursos e de trabalho de maneira injusta? A Coca Cola e a Pepsi vão salvar a África da fome?<br />
E isso é muito grave:<br />
<blockquote>Worse, if ‘fortified’ branded products made by transnational companies with massive marketing muscle are promoted as helping to save the lives of small children, impoverished parents might indeed be induced to drive their families closer to destitution by making a habit of buying such products. This would be more likely if industry propaganda included supportive statements from pediatric health professionals. Worse yet, if any branded product gains the reputation of being a life-saver, families are liable to remain loyal to the brand, and to any or all available ‘fast’ and ‘junk’ snack and other fatty, sugary or salty ultra-processed products made by the company owning the brand, life-long. The result would be an ‘extra help’ to the obesity pandemic, with all that implies, including intolerable burdens on health services for treatment of serious obesity-related chronic diseases. </blockquote>Ou seja, se essas empresas de refrigerantes vem a fazer uma atrocidade dessas, eles tês a melhor campanha de marketing de todos os tempos, pois seriam responsáveis por salvar a vida de milhares de criancinhas desnutridas da África. <a href="http://www.youtube.com/watch?v=nydgI4c21GI">Só perde para a nova campanha da Coca Cola</a>. <br />
Isso parece um pouco surreal à primeira vista, mas pode ter certeza que não é. Vivemos numa sociedade em que o imediatismo é o que manda nas relações humanas. Uma solução rápida e instantânea vale muito mais do que um processo sólido de construção de conhecimento. E Paulo Freire que vá plantar batatas...<br />
É claro que a vontade política tem tudo a ver com esse direcionamento a algo que seja efetivo e sustentável. Algo que promova um desenvolvimento digno e duradouro das comunidades por esse mundo afora. Mas as pequenas coisas que podemos fazer ao nível individual, de modo contínuo, ajudam a dizer para quem está no poder que não concordamos com isso, e que uma hora, esse caminho vai ter que mudar.<br />
<blockquote style="text-align: justify;">What the impoverished populations of Africa, Asia and Latin America need, are the means with which to lead a decent life. These include secure local food systems and supplies, access to safe water and adequate sanitation, decently resourced primary health care services, ability to produce and prepare meals from immediate and local resources, universal primary education, and empowered mothers and other caretakers. Substantial reduction of child undernutrition can be achieved in a short period of time with improved income distribution, population and community self-determination, and public investments in public goods such as education, health, social security, water supplies and sanitation (5-7). The persistence of undernutrition is a sure sign of a ‘world order’ that has gone wrong.</blockquote>Vamos pensar sobre o que consumimos e o que apoiamos. faço esse convite de reflexão especialmente aos profissionais nutricionistas que, pelas minhas lentes embaçadas e de 1,5 de miopia, demonstram-se tão alienadas a assuntos que estão entre suas responsabilidades.<br />
Por falar nisso, nada mais oportuno do que divulgar esse belo evento que será promovido pelo Centro Acadêmico Emílio Ribas da Faculdade Nutrição da USP, sobre a relação entre a indústria alimentícia e as instituições de ensino. Todo estudante de nutrição tem ao menos um exemplinho na sua universidade. Eu tenho uns quinze, hahaha! O mais legal do evento é que ele surgiu por uma mobilização justa dos alunos contra a chuva de propagandistas que davam palestras em sua faculdade. Um grande exemplo de mobilização estudantil numa faculdade de Nutrição. Centro Acadêmico não é só pra fazer choppada. Enfim.<br />
<div style="text-align: center;"><br />
</div><div style="text-align: center;">Se você é de São Paulo, divulgue, compareça! </div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="http://caemilioribas.files.wordpress.com/2011/04/publicidade_dhaa1.jpg?w=500&h=176" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="http://caemilioribas.files.wordpress.com/2011/04/publicidade_dhaa1.jpg?w=500&h=176" /></a></div><br />
<span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: Georgia, 'Bitstream Charter', serif; font-size: 14px; line-height: 23px;">Data: 5 de maio<br />
Horário: 14h – 17h<br />
Local: Faculdade de Saúde Pública – Auditório João Yunes</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: Georgia, 'Bitstream Charter', serif; font-size: 14px; line-height: 23px;"></span><br />
<div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-style: inherit; font-weight: inherit; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Coordenação da mesa: Beatriz Mei (CAER)<br />
<em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-style: italic; font-weight: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Carlos Augusto Monteiro (FSP) -</em> Obesidade x Publicidade de alimentos<br />
<em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-style: italic; font-weight: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Renata Alves Monteiro (UnB e OPSAN) -</em> Regulação da publicidade, DHAA e SAN<br />
<em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-style: italic; font-weight: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Ana Júlia Colameo (IBFAN) -</em> Indústrias, profissionais da saúde e ética<br />
<em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-style: italic; font-weight: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Marina Ferreira Rea (IBFAN) -</em> Evolução das estratégias adotadas no Brasil frente à pressão das indústrias<br />
<em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-style: italic; font-weight: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Fabiana Alves do Nascimento (CAER)</em> – Relação entre indústrias de alimentos e cursos de Nutrição</div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-style: inherit; margin-bottom: 15px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-style: inherit; font-weight: bold; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">O evento é gratuito, será transmitido ao vivo via internet e disponibilizado no site <a href="http://www.iptv.usp.br/" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #1c9bdc; font-style: inherit; font-weight: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: underline; vertical-align: baseline;">www.iptv.usp.br</a></strong><b><br />
</b><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-style: inherit; font-weight: bold; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Não é necessário realizar inscrição prévia.</strong><br />
Para qualquer esclarecimento, entre em contato com:<br />
<a href="mailto:caemilioribas@yahoo.com.br" style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #1c9bdc; font-style: inherit; font-weight: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: underline; vertical-align: baseline;">caemilioribas@yahoo.com.br</a></div><br />
<br />
<br />
</div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13724778257128832553noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-5233497213146717202.post-40793386216479545562011-04-16T19:33:00.000-07:002011-04-16T19:33:58.421-07:00O efeito-abelha e a ponta do iceberg<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">Estava ansiosa por postar no blog, mas ainda não tinha achado o assunto adequado pra isso.<br />
Hoje foi um dia bem leve. Fiz uma coisa que queria fazer há muito tempo: organizar uma pastinha com recomendações de energia, proteínas, vitaminas, minerais, rotinas do serviço de nutrição... Acho que, quando a gente começa a coletar esse material, significa que somos mesmo nutricionistas! Ainda tô no começo, mas já achei coisas bem legais.<br />
E nesse meio, parei um tempo para procurar um texto do professor Carlos Monteiro. Na verdade, tudo começou quando peguei <a href="http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2010001100005&tlng=en">esse artigo aqui pra ler</a>. Ele fala sobre uma nova classificação dos alimentos, quanto ao nível de processamento aos quais os alimentos são submetidos. Está provado que esses alimentos ultra-processados cada vez mais fazem parte da alimentação dos brasileiros, e a ocorrência das doenças crônicas não transmissíveis só faz aumentar (será coincidência?). Esse artigo por si só já merecia um post exclusivo...<br />
Mas enfim, nessas idas e vindas de sites e etc, descobri esse texto no site da World Public Health Nutrition Association <a href="http://www.wphna.org/2011_apr_hp2_bees.htm">(clique aqui)</a>. Como está em inglês, não vou colá-lo aqui.<br />
Ele fala sobre a inexplicável morte de abelhas que vem acontecendo no mundo todo, em larga escala. Em média, há uma redução de 30% na população mundial de abelhas, e isso só se agrava. No Brasil não é diferente: esse assunto foi tema de uma reportagem há meses atrás no Jornal Hoje. Esse assunto já apareceu até na famosa série CSI, na qual o chefe Gil Grissom, um entomologista, inicia seu próprio experimento paralelo para observar as abelhas e tentar chegar a alguma conclusão sobre o enigma.<br />
Bom, e o que as abelhas tem de tão importantes que estão chamando a atenção de toda uma comunidade científica?<br />
Não esqueça, querido leitor, daquilo que você aprendeu no primário, na sua aula de ciências. Uma simples palavra: polinização. O texto diz que, de cem espécies colhidas no mundo, de onde vem 90% do que comemos, 70% dependem da polinização das abelhas. A vida das abelhas em risco é também nossa vida em risco.<br />
E o que pode estar influenciando na morte repentina dessas pequenas criaturas? Ora, a mesma coisa que me fez ficar a semana toda com a garganta irritada e acessos de tosse seca: a poluição.<br />
A quantidade exorbitante de herbicidas e pesticidas mata essas e muitas outras espécies, gerando um completo desequilíbrio ambiental. A própria poluição diminui a capacidade de vôo das abelhas, tornando-as desorientadas e dificultando a chegada às plantas. Além disso, toda a questão climática influencia nas estações do ano, gerando uma bagunça, literalmente, nos períodos frios e os próprios para o florescer das plantas. Até os campos eletromagnéticos podem modificar o comportamento das abelhas.<br />
Achim Sneiter diz que foi passada aos seres humanos a idéia de que, um dia, seríamos evoluídos o bastante para não precisarmos da natureza. E como esse pensamento de evolução e progresso a qualquer custo foi equivocado...<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHU4ivXVoq7_mYDAVF1BqNpqepaKqFmps6J0B2FIZDB5mF_7A2M93dzTgJ26RSWTodT1jzx5SYAdi_d91OzYi0Mq3neMNtkWPGeMqXobQo0DA2-LOzG0lDLvl0aMWod9tX7mAr63xcrS3B/s1600/abelha.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHU4ivXVoq7_mYDAVF1BqNpqepaKqFmps6J0B2FIZDB5mF_7A2M93dzTgJ26RSWTodT1jzx5SYAdi_d91OzYi0Mq3neMNtkWPGeMqXobQo0DA2-LOzG0lDLvl0aMWod9tX7mAr63xcrS3B/s320/abelha.jpg" width="320" /></a></div><br />
<i>As abelhas sofrem a olhos vistos hoje. Mas nós também estamos sofrendo.</i><br />
Sofremos de tantas formas e de maneira tão crônica que acabamos nos acostumando a viver desse jeito indecente e inaceitável. E isso vai se manifestando nesse estilo de vida solitário, em que tudo é banal.<br />
Vamos olhar com um pouco mais de carinho para o drama das abelhas? Não se esqueça, a abelha de hoje é o ser humano de amanhã. Não vivemos em mundos paralelos, estamos juntos no mesmo caminho. O pesticida que matou a abelha é o mesmo que está na comida que você come todos os dias, e que te mata aos poucos. A poluição que atordoa a abelha e a faz voar menos é a mesma que penetra o seu pulmão e que te dá esse cansaço sem fim.<br />
Para terminar, coloco um trecho especial do texto:<br />
<blockquote><b>What are the bees telling us? In days gone by, miners kept caged canaries nearby in the pits as they worked. If the canaries died, the miners knew that levels of poisonous gases were dangerous, sounded the alarm, and got out of the pit. The silence of the bees may be such a warning sign. But the equivalent of the pit is the planet. </b> </blockquote>O que as abelhas estão tentando lhe dizer?<br />
<br />
</div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13724778257128832553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5233497213146717202.post-20039110005425426772011-03-20T11:01:00.000-07:002011-03-20T11:01:04.261-07:00O drama da monografia<div dir="ltr" style="text-align: left;" trbidi="on">Depois de tanto tempo sem postar, estava dando uma lida no que tinha escrito até aqui, durante essas poucas postagens. No entanto, gostei muito do que caminho que as coisas estão tomando por aqui, e de certa forma, estão acompanhando o ritmo da minha vida acadêmica.<br />
Como tive alguns problemas de quase perder algumas oportunidades durante esse tempo em que não escrevi por aqui, só comentarei as coisas que estão realmente concretizadas. Para prevenir mais imprevistos.<br />
Esse ano não vai ser nada fácil. Há muitas etapas a serem vencidas até dezembro, e que envolvem a finalização do curso. Não sei se conseguirei terminar a faculdade esse ano, por algumas questões burocráticas... O que honestamente me deu uma desanimada. Mas, tudo bem, escolhas têm sempre consequências.<br />
Acho que o grande dilema desse ano é a bendita monografia... Para a maioria dos estudantes, a monografia constitui-se como o grande desespero de toda a universidade. Estamos acostumados a fazer trabalhos encomendados pelo professor, sobre assuntos que gostamos e assuntos que não gostamos. Apresentamos, entregamos, recebemos nota, fim da história. Agora, a monografia inverte a ordem das coisas, pois a idéia do que fazer parte de você. É uma reversal russa! E é uma decisão que determina o teu gosto, a tua área de afinidade e de atuação. É muita responsabilidade concentrada em um único trabalho.<br />
Por isso, entramos em paranóia. Até porque não paramos um semestre inteiro somente para nos dedicar a tal monografia. Temos que elaborá-la num momento acadêmico complicado, em que fazemos estágios, ou concluímos algumas matérias. Por exemplo, eu estou com dois estágios, uma monitoria e uma iniciação científica <s>se ela deslanchar</s>. Ainda não estou no ritmo realmente frenético, mas a correria de documentos e contratos para lá e para cá já me tirou um pouco das energias.<br />
E no meio disso tudo, tem que haver o tempo, a serenidade e a paciência de parar e pensar num tema. E transformá-lo num projeto de pesquisa. <br />
Difícil, mas não impossível!<br />
Estava procurando uns livros novos sobre metodologia científica para a monitoria, e encontrei um bem interessante. Ele se chama "Monografia ao alcance de todos", e acaba falando de maneira bem informal sobre como escolher o seu tema, pensar no problema que se quer estudar, o que você pretende encontrar... Até as regrinhas mais básicas de formatação, conteúdo e citações. Você pode encontrá-lo <a href="http://www.livrariasaraiva.com.br/produto/162076/monografia-ao-alcance-de-todos">aqui</a>.<br />
Fica registrada a minha dica, e o meu desespero latente!!!<br />
<br />
</div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13724778257128832553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5233497213146717202.post-9248120805754502382010-12-11T12:37:00.000-08:002010-12-11T12:37:42.116-08:00Aprendizados e DespedidasDepois de longos seis meses, tenho um pouco de tempo para ficar em frente a meu computador para compartilhar comigo mesma, e para os que queiram ler, a experiência de ter trabalhado num posto de saúde da Prefeitura do Rio.<br />
Foram muitos obstáculos, muitos entraves... para que chegue aqui nesse dia para contar essa história.<br />
O concurso para Acadêmico Bolsista andava instável. Há dois anos ele não acontecia, logo foi uma surpresa quando o mesmo apareceu em pleno meio do ano. Tudo foi muito inesperado. Inclusive foi bem inesperado ter que mudar toda a minha vida acadêmica em pleno fim de período para seguir com o estágio. Em pleno 1º de junho, tinha que criar 20 horas na minha grade de horários com 6 matérias! Não sei mais nem como eu consegui.<br />
Foi nesse período conturbado, juntando Copa do Mundo, e mais outros compromissos pessoais, que fui me ambientando e conhecendo o atendimento individualizado na nutrição e todo o funcionamento de um posto de saúde de grande porte. Foi num dia 25 de junho que atendi minha primeira paciente. Mas disso falarei depois.<br />
Passei minhas férias em grande estilo, indo ao estágio diariamente, e aprendendo, claro... Mas hoje com dores horrorosas na coluna e um cansaço sem precedentes, tenho que admitir que essas férias me fizeram uma grande falta.<br />
Nesses meses de ambulatório a gente aprende coisas que, enclausurada em uma sala de aula, nunca vamos. Uma delas, que é fundamental é: decifrar letra de médico! Esse tipo de coisa não tem dinheiro que pague, é tão essencial, hahahahaha! Além de outras coisas que os pacientes nos trazem, e que temos que aprender a interpretar se aquilo que o usuário te traz no seu relato vai lhe trazer algum bem ou mal.<br />
É muito diferente ler os sinais e sintomas clínicos de certa doença num slide e ouvir o relato do usuário. Muito diferente mesmo. E sei que ainda tenho que me aprimorar nisso, e muito. <br />
Numa experiência como essas, surgem muitos pontos de discussão, que são fundamentais pra que a gente possa pensar numa saúde melhor para todos os brasileiros.<br />
Desculpem-me, mas sem educação, não há saúde. É muito difícil explicar às pessoas que escolhas são melhores para sua saúde, se eles não conseguem ler bem, interpretar o que estão lendo. É um desafio diário. Ainda mais na alimentação. É difícil explicar às pessoas que, de uma forma ou de outra, refrigerante mesmo sendo doce tem sal. E que o biscoito de maisena também tem sal. E por aí vai.<br />
E então, no meio de tudo isso, descobri que uma das coisas que mais gosto de fazer são as ações educativas. É uma chance muito especial de pelo menos tentar despertar o interesse das pessoas por assuntos muito importantes na alimentação, e que influenciam diretamente na sua saúde.<br />
E como é difícil planejar ações educativas que não sejam monótonas e que desconsiderem o público alvo. E olha que, ao longo dessas várias que eu fiz, várias tiveram que ser feitas em menos de uma semana. Acho que a maioria delas... Mas saíram, e o mais importante, eles gostaram.<br />
A experiência em posto de saúde nos diz o quanto é importante o investimento em atenção básica, e o quanto ela realmente desafoga hospitais de alta complexidade. Mas isso leva tempo, não é de uma hora para outra. Além disso, no Rio de Janeiro estamos vivendo um momento de profundas transformações empreendidas pelo prefeito Eduardo Paes. na saúde, isso vem se demonstrando através da construção e implantação de Clínicas da Família, que vão ser espécies de bases para as equipes de Saúde da Família. Claro que queremos rapidez, pois afinal o povo tem pressa de saúde. No entanto, isso também exige cuidado. No nosso caso específico, somos um Centro Municipal de Saúde, um bom e velho posto de saúde, que também vai abrigar a Clínica da Família e, portanto, equipes de Saúde da Família. E a aceitação não está sendo muito fácil, pois há um problema de remanejamento de espaço, e de responsabilidades que nos deixa confusos. E o que parece é que, quem está ali desde sempre parece que vai ser prejudicado pelo "novo modelo de saúde". Isso não poderia ter acontecido, pois assim a adesão ao novo modelo fica comprometida. E muito.<br />
A Prefeitura vem fazendo o seu trabalho, claro, isso não podemos negar. Mas se a articulação não é feita com as antigas lideranças, isso tudo vai por água abaixo. Bom isso é só uma observação de uma mera estagiária....<br />
A mera estagiária aqui também acredita que esse trabalho que parece ser simples é fundamental para que possamos transformar a vida das pessoas pra melhor. Foi um privilégio sem tamanho poder vivenciar tantas experiências. Coisas que me engrandeceram como pessoa e como profissional. Foi doloroso me acostumar com a idéia de que ia acabar no último mês, mesmo que na última semana eu realmente entendesse que eu precisava dessa parada. Foi o período certo, na hora certa, com as pessoas certas.<br />
Agradeço muito por esta oportunidade de poder aprender e tentar ensinar.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13724778257128832553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5233497213146717202.post-80531191511009504522010-10-31T07:02:00.000-07:002010-10-31T07:02:38.095-07:00Valores e PrincípiosNa terça feira passada, fui ao XII Seminário de Saúde Coletiva, organizado pelo Instituto de Nutrição Annes Dias (INAD), na prefeitura do Rio. E foi daqueles dias em que dizer que foi 'corrido' é insuficiente. Saí correndo do estágio depois de fazer uma atividade educativa em grupo.<br />
Não teve como chegar no horário, e confesso que não consegui apreender muito bem a fala do subsecretário de saúde... Mas depois, iniciou-se a rodada de palestras. A primeira foi da Drª Luciene Burlandy, da UFF. Bom, valeu a correria para ouvi-la.<br />
Ela falou sobre Segurança Alimentar e Nutricional, e sobre os meios pelos quais temos que garantir o direito humano à alimentação, recentemente incluído na Constituição Brasileira. E acabou abordando coisas muito pertinentes para nós, como nutricionistas, e como cidadãos.<br />
E ela bateu muito na tecla de que as ações e programas instituídas devem estar de acordo com os valores e princípios da segurança alimentar. Pois se as ações são feitas sem esse embasamento, elas perdem o sentido, e não modificam a realidade.<br />
Uma fala me chamou bastante a atenção: se os valores e princípios não estão adequados, pode-se distribuir renda, mas não se erradica a pobreza, por não se reforçar a noção de direito e mudança de valores.<br />
É assim que eu penso. Para mim, sempre pareceu uma exigência grande demais pedir valores e princípios, além de tudo que já é feito, sem esses dois itens. Mas se é um assunto que está na pauta das pessoas que pensam e refletem na busca de encontrar uma solução para um país melhor, talvez não esteja tão errada.<br />
Pense nisso quando olhar para a urna eletrônica no dia de hoje, caro eleitor.<br />
E já que estamos no Brasil, país globalizado... Um feliz Halloween para todos.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13724778257128832553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5233497213146717202.post-25549947175610318102010-09-11T12:47:00.000-07:002010-09-11T13:25:13.858-07:00Qual a escala de trabalho do seu coração??Sei que sei pouco. Mas sei que tenho privilégios que poucos tem. Espero que no futuro, possa olhar para trás e dizer que aproveitei muito bem esse momento.<br />
Como Acadêmica Bolsista da prefeitura, posso vivenciar coisas que poucos dos meus colegas tem acesso. Posso ler (ou decifrar, seria a melhor palavra) prontuários médicos, ver os medicamentos que as pessoas tomam e saber as doenças para os quais eles são receitados, tema que a gente mal vê na faculdade. Posso conversar com as pessoas, saber as dificuldades de se seguir um plano alimentar, driblando a ignorância, os hábitos, a falta de dinheiro, os mitos, o santo “Globo Repórter”.<br />
Pena que serão somente seis meses. Por mais que eu seja mega preguiçosa, tenha que acordar cedo (e atrasada, claro) e pegar trem + metrô que não são nem um pouco agradáveis, é ótimo estar num lugar e conhecer as pessoas, lembrar seus rostos e suas histórias antes de iniciar mais uma consulta.<br />
É triste quando me deparo com atitudes de colegas que fazem algo somente porque alguém está mandando. De um modo geral, falta gente com iniciativa no mundo. Boas iniciativas, de preferência; Certamente porque gasta-se menos neurônios e energia quando você faz somente o básico. <br />
Felizmente, tenho bons exemplos de profissionais que fazem sempre o possível para auxiliar os usuários no posto onde trabalho. Isso é um estímulo, para que eu não esqueça que, por mais que seja um caminho mais tortuoso e com mais obstáculos, é o certo a se fazer. E mais que certo, é gratificante. <br />
Sou nutricionista, ou melhor, vou ser nutricionista. Mas nem por isso fico me pesando incessantemente. Muito menos, na frente de uma criança obesa de cinco anos de idade. O bom senso torna-se cada vez mais raro, pelo que percebo.<br />
Na quinta, tivemos aula prática no hospital universitário, e até agora, encontro-me abismada com o que presenciei. Vários grupos de estudantes na enfermaria, sem o menor respeito pelos que se encontravam em observação, falavam alto, riam e conversaram. Utilizaram um leito vazio como dispensador de mochilas, que com certeza devem estar muito limpas e livres de microrganismos. <br />
Fiquei em dúvida se estava na 7ª enfermaria de um hospital de alta complexidade ou numa feira livre. <br />
O respeito ao indivíduo é algo em extinção.<br />
Eu odeio o clima de hospital do Gaffrée, mas sei que vai chegar aquele período de estágio de dois meses, eu não vou poder escapar. Por mais que eu não goste de hospitais, eu não estou observando um prontuário com números cabalísticos e letras que mais parecem eletrocardiogramas. Aquele prontuário é a história de uma pessoa. <br />
Será que é tão difícil de entender?<br />
Outro dia, fui num mercado aqui perto. E no caixa, tem uma folha de papel colado com algo assim: “Escreva os produtos que você procurou e não encontrou”.<br />
Dentre várias marcas de iogurtes que estavam em falta para os consumidores, estava escrito assim: “atendente com educação!”.<br />
Concordo plenamente: iogurtes light e educação são coisas bem difíceis de encontrar hoje em dia.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13724778257128832553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5233497213146717202.post-60351275612478889782010-08-07T16:19:00.000-07:002010-08-07T16:19:01.352-07:00Você faz faculdade ou universidade?Ontem, eu estava revirando meus papéis da faculdade e acabei encontrando minha grade curricular completa. E senti uma emoção muito grande...<br />
Emoção de estar completando um ciclo decisivo e fundamental para a minha vida. Ciclo que define rumos, que modifica, que constrói.<br />
Depois de entrar na faculdade de surpresa, trocar de universidade, vivenciar os mais diversos tipos de situações, eu olho pra minha grade, e faltam duas matérias para que tudo termine. ASA II e Nutrição Clínica II. <br />
Mal dá para acreditar, depois de um ultimo período que, minimamente, merece o adjetivo "infernal". Se eu realmente não amasse o que faço, definitivamente não passaria por todos esses testes psicológicos pelos quais fui obrigada a passar pelas circunstâncias da vida acadêmica.<br />
Vamos ser sinceros, a vida na universidade é lago que deveria ser estudado por Freud ou por Paulo Coelho, sei lá. Fica a dica.<br />
Tive a oportunidade de ter muitas visões sobre essa fase da vida de alguns poucos privilegiados brasileiros. <br />
Comecei a trilhar meu caminho na Nutrição na Universidade Veiga de Almeida. Faculdade particular, passei pelo ProUni. Turno noturno. Eu era uma grande vagabunda, que acordava às 14h pra sair às 16h pra ir estudar. Mas foi muito bom conhecer o outro lado da moeda: o lado das pessoas batalhadoras, que depois de um dia inteiro de trabalho, e que tendo casa, marido, filhos para cuidar, estavam ali, tentando manter os olhos abertos para assistir a aula. Pelo puro cansaço, as aulas eram apáticas, tendo como referência a participação dos alunos. Ninguém tinha forças para nada além de escrever o que o professor estivesse falando. <br />
Foi um bom aprendizado conviver com essas pessoas. Foi um privilégio conhecer professoras como Tereza Ibrahim e Cláudia Valéria, grandes feras, nas áreas em que cada uma se propõe (muito diferentes, rs). Mas também tive o desprazer de conhecer muitos professores que me faziam perder meu tempo, e o tempo e dinheiro dos meus colegas de turma. Foram esses professores amebas que me faziam não estar totalmente satisfeita com a vida acadêmica oferecida pela Veiga. <br />
E com isso, alguns amigos (grandes amigos a Veiga me deixou, na verdade) fizeram brotar em mim a chance de querer alcançar outros lugares, alçar outros vôos. Eu não sabia da existência de transferência para outra universidade. E quando soube, fui atrás. E depois de muitas tensões, muitos medos... Eu passei e virei a mais nova aluna da UNIRIO, a universidade mais bem localizada do mundo. <br />
Não é todo mundo que olha o bondinho do Pão de Açúcar subir e descer enquanto se fala de desnutrição e teste t na sala de aula. <br />
E foi na UNIRIO que, até por questões de currículo e matérias, tive as aulas de laboratório, aquelas em que tudo dá errado, e aquelas em que você faz a melhor coisa do mundo. E fui pra rua. Fiz alguns trabalhos em locais fora da universidade. Escolas, creches, abrigos, hospitais... Muita coisa, mas nunca o suficiente.<br />
Foi na UNIRIO também que conheci grandes pessoas, grandes amigos... E grandes professores-seres-amebas. As amebas, eu dispenso. Já passei por todas elas, sobrevivi... E pela frente, acho que só me resta praticamente ter aulas mais uma vez com um profissional que pra mim é um exemplo de caráter, inteligência, competência e humildade: Carlos Magno. O que, como bem diz ele, é um privilégio.<br />
A vida na universidade é um ensaio para o mundo cão que fica fora dos domínios do campus da Urca. Ética, caráter, falta de noção, inveja... Coisas que vamos ter que encontrar aos montes, em todo lugar que possamos um dia trabalhar. <br />
O desafio de se cursar o nível superior é justamente ter a noção do que é uma universidade. Infelizmente, tenho que reconhecer que eu não vivi isso. <br />
Acontece que estamos sempre muito focados no que estamos fazendo. Na nossa prova, no nosso trabalho. E são poucas as pessoas que podem vivenciar o mundo acadêmico de forma plena. <br />
Eu faço nutrição na universidade de paisagem mais linda do universo, que tem uma tradição por cursos de artes, em especial música. E eu nunca fui a uma mostra sequer dos meus companheiros de universidade.<br />
Ou seja, eu fiz faculdade de nutrição. Eu não cursei uma universidade. <br />
Mas tudo bem, fica a reflexão. E a percepção de que, se um dia fizer uma nova faculdade, que não deixe isso passar batido...<br />
Força e perseverança a todos que estudam e se esforçam para ser seres humanos melhores, e poder trazer algo de bom de volta ao nosso mundo.<br />
<br />
Ouvindo: Guilty, Bee Gees e Barbra Streisand. Sim, nasci na década de 90 por um erro.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13724778257128832553noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5233497213146717202.post-81906036419844691262010-05-15T12:57:00.001-07:002010-05-15T12:57:45.963-07:00Educação nutricional: micos e experiênciasHá milênios atrás, vim ao blog para postar o meu desafio da vez, o projeto de educação nutricional em Nova Iguaçu.<br />
O evento do dia das mães que organizamos foi uma grande experiência. Foi muito corrido, tive que virar a noite... mas valeu a pena. <br />
Cada vez mais, é importante que o profissional/estudante de nutrição ‘quebre’ os muros que separam a universidade do resto da sociedade, pois é aí que se encontra o verdadeiro conhecimento. Aquele conhecimento que pode ser plenamente compreendido pelos nossos ouvintes. <br />
Mas... o público deve ser só ouvinte??<br />
Definitivamente não.<br />
É fundamental que possamos incluir as pessoas no processo de construção de atividade. Afinal, é para elas que fazemos. <br />
Começamos com o comidograma, que foi uma forma muito legal de conhecer a população, já que não tivemos a oportunidade de identificar especificamente esse público.<br />
“Como e gosto”, “como e não gosto”, “não como e gosto” e “não como e não gosto” são os termos que as pessoas tinham que responder. E sempre fico apreensiva se o público vai participar bem nesse tipo de interação, mas houve resultado hiperpositivo. <br />
No meio daquela chuva de palavras, quando fui escrever o que o pessoal não come e não gosta, fui escrever salsicha, e saiu salcisha, kkkkkkkkkkkkk! Ninguém merece, e ainda tiraram fotos da minha obra de arte gramatical.<br />
E por fim, o texto que postei... Até que eu consegui fazer! No meio do improviso, sem saber como começar, como entrar, alguma coisa foi! E elas gostaram e se identificaram com o texto. E a piada da ração humana agradou xD. <br />
Agora, por mais que tenhamos em mente que nós conhecemos algo de nutrição, que podemos fazer um intercâmbio de idéias com as pessoas de forma natural, não tem jeito... O nervosismo de estar ali, falando pras pessoas, é gigantesco. Minha mão tremia com o microfone, por mais que a minha expressão facial passasse uma imagem de tranqüilidade. Nessas horas, eu reconheço o quanto o curso de turismo me ajudou a ter essa “falsidade do bem”. Eu estou mega nervosa, só que ninguém precisa saber ;)<br />
O que é importante também é saber decodificar a nossa linguagem para que o grande público possa entender, e nem se sentir subestimado. Tarefa difícil, é como ter um Google tradutor na cabeça, que transforma linguagem técnica em linguagem usual. <br />
Uma açãozinha só já modifica a sua maneira de interpretar e ver as ações educativas e eventos como um todo.<br />
Exatamente uma semana depois, tivemos que fazer uma palestra na creche que trabalhamos. E como ela aconteceu naquele formato tradicional, eu senti falta dos cartazes, da pagação de mico, da conversa mais aberta. Mas às vezes o tempo tem que mandar mais que a criatividade. Por incrível que pareça, não me senti nervosa no momento da explanação. <br />
E mal está começando. Daqui a duas semanas, já temos simulação de prática educativa em sala de aula, e depois, rua de novo!<br />
<br />
Trabajando<br />
Trabajando duramente,<br />
Trabajando sí...Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13724778257128832553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5233497213146717202.post-42586735818635515342010-05-03T22:31:00.001-07:002010-05-03T22:31:17.489-07:00De nutricionista e ator, todo mundo tem um pouco<meta content="text/html; charset=utf-8" http-equiv="Content-Type"></meta><meta content="Word.Document" name="ProgId"></meta><meta content="Microsoft Word 11" name="Generator"></meta><meta content="Microsoft Word 11" name="Originator"></meta><link href="file:///C:%5CUsers%5CCamilla%5CAppData%5CLocal%5CTemp%5Cmsohtml1%5C01%5Cclip_filelist.xml" rel="File-List"></link><style>
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<div class="MsoNormal">"Eu sou dona de casa, mas não sou desocupada não! As pessoas pensam que, só porque eu fico em casa, eu não faço nada. Ah é? Então vai lá, cuidar de uma casa com um marido e dois filhos? Vai lá ver se você fica sem fazer nada? É ruim, hein? </div><div class="MsoNormal">Limpar, lavar, passar, cozinhar... Aff, cozinhar é o mais difícil!</div><div class="MsoNormal">A gente gasta muito tempo indo no mercado, comprando as coisas, indo na feira pra comprar as frutas, e pra guardar as compras, pra fazer... </div><div class="MsoNormal">Ah, mas algumas coisas ajudam um pouco a gente na cozinha, né?</div><div class="MsoNormal">Às vezes na correria a comida não sai com aquele sabor, aquele cheirinho bom... Então eu uso aquele tempero... Qual é o nome mesmo? Esqueci o nome, é aquele põe ‘amor’ na comida, não sei cozinhar sem ele! Não sei se põe amor, mas sabor, ele põe. Eu acho...</div><div class="MsoNormal">Ah mas quando chega sexta feira, que eu não aguento mais, to muito cansada, eu faço é um miojo mesmo pros meninos. Eles já são ruim pra comer, é uma aporrinhação todo dia. Eu dou o miojo pra eles e pelo menos um dia não ouço reclamação!</div><div class="MsoNormal">Agora, mais difícil do que cozinhar... é ficar magra! Agora eu tô tomando aquele negócio que passou no Globo repórter, a tal de ração humana. Bom, parece coisa de cachorro, né, ração... Se bem que, eu nunca vi muita cadela gorda por aí, então ração deve ser bom! Eu vou continuar tomando pra ver no que dá!"</div><div class="MsoNormal"><br />
</div><div class="MsoNormal"><o:p>Daqui a algumas horas estarei numa atividade educativa, falando esse texto (ainda não decorei). Depois eu volto pra contar como foi. xD</o:p></div><div class="MsoNormal"><o:p> </o:p></div><div class="MsoNormal"><o:p>Ouvindo: <i>programação da JB FM.</i> Só vale a pena ligar o rádio depois de meia-noite, aí sim ouvimos música... </o:p></div><div class="MsoNormal"><o:p><br />
</o:p></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13724778257128832553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5233497213146717202.post-65660551132822343842010-04-17T17:33:00.000-07:002010-04-17T17:33:41.059-07:00Resultados... parciais!Dia 4 de abril foi a prova do Acadêmico Bolsista. Há um bom tempo atrás... Mas o tempo foi passando e esqueci de atualizar o <i>status quo</i> da minha saga... <br />
Aqui, eu não disse nada, mas escrevi uma pequena matéria no meu blog pessoal, que você pode fuxicar <a href="http://amycouto.blogspot.com/2010/04/tensaaaaao-pos-prova.html">aqui</a>. <br />
Pra quem ainda não conferiu a prova e o gabarito, aí vão os links:<br />
<br />
http://fjg.rio.rj.gov.br/publique/media/bolsista_2010_nutricao.pdf<br />
http://fjg.rio.rj.gov.br/publique/media/gabarito_BOLSISTA_2010.xls<br />
*ATENÇÃO: As questões 30 e 38 foram ANULADAS.<br />
<br />
Muito se discutiu se a prova estava fácil, se estava difícil. Mas é como em toda e qualquer prova: se você estudou, ela está fácil; se não, ela está difícil. Claro que tinham algumas pegadinhas, como a do gás etileno, que era um tal de hidro-não-sei-o-quê de cálcio, se não me engano. Porém, tinham muitas questões dadas, principalmente pra quem leu os documentos do Ministério da Saúde. <br />
A classificação final só sai dia 21 de maio. Até lá, dá uma ansiedade de saber como vai ser isso, como vão ser selecionados os locais onde trabalhamos, se vai dar tudo certo...<br />
Ainda falta um tempinho, mas até lá, é bom já aprontar alguns documentos. Hey, se você suspeita que passou no Acadêmico Bolsista, procure a secretaria da sua faculdade para saber sobre a emissão de um modelo de documento que eles pedem no dia da assinatura do termo de compromisso. Está nesse documento:<br />
http://fjg.rio.rj.gov.br/publique/media/Edital%20_RESULTADO_PROVA_bolsista.doc<br />
Bom, eu tô suspeitando! Então, mês que vêm já começo a ver isso... <br />
Boa sorte a todos!Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13724778257128832553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5233497213146717202.post-42931094517933152042010-03-28T16:41:00.000-07:002010-03-28T16:41:36.183-07:00Uma boa notícia!<b>Pesquisa afirma que em 10 anos desnutrição infantil pode ser controlada </b><br />
<br />
12/03/2010<br />
<br />
De 1986 a 1996 a prevalência de desnutrição em crianças menores de cinco anos na região Nordeste do Brasil foi reduzida em um terço (de 33,9% para 22,2%). Já de 1996 a 2006, a redução foi de quase três quartos (de 22,2% para 5,9%). É o que afirmam Ana Lucia Lovadinho de Lima e colegas do Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde e da Faculdade de Saúde Pública, ambas da USP, em pesquisa publicada este ano na Revista de Saúde Pública. <br />
<br />
Para chegar a esses dados, os pesquisadores analisaram os dados das amostras probabilísticas dos inquéritos domiciliares do programa Demographic Health Surveys realizados em 1986, 1996 e 2006. Os autores lembram no artigo que "a identificação dos fatores responsáveis pela variação na prevalência da desnutrição (altura para idade <-2 z) levou em conta mudanças na frequência de cinco determinantes potenciais do estado nutricional, modelagens estatísticas da associação independente entre determinante e risco de desnutrição no início de cada período e cálculo de frações atribuíveis". <br />
<br />
As melhorias nos índices de desnutrição do primeiro período observado, segundo os autores, estiveram relacionadas particularmente com melhorias na escolaridade materna e com a disponibilidade dos serviços de saneamento. Já no segundo período foram decisivos o aumento do poder aquisitivo das famílias mais pobres e, novamente, a melhoria da escolaridade materna. <br />
<br />
Os pesquisadores consideram na publicação que se a taxa de declínio observada entre 1996 e 2006 for mantida, o problema de desnutrição infantil na Região Nordeste poderia ser considerado controlado em menos de dez anos. "Para se chegar a este resultado será preciso manter o aumento do poder aquisitivo dos mais pobres e assegurar investimentos públicos para completar a universalização do acesso a serviços essenciais de educação, saúde e saneamento", afirmam.<br />
<br />
Retirado de: http://www.asbran.org.br/sitenovo/noticias.php?dsid=460<br />
<br />
Para ver o estudo na íntegra, clique <a href="http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102010000100002&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt">aqui</a>.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13724778257128832553noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-5233497213146717202.post-49337103587677218612010-03-28T16:20:00.000-07:002010-03-28T16:20:29.907-07:00E o SUS, hein?É fato que esse é o tema que os estudantes de nutrição se perguntam: "pra que raios eu estudo isso?". Seria bom que todos soubessem que a lei é sempre um instrumento, e nesse caso, ela vai fundamentar toda a conduta de um nutricionista que se preze. Ou seja, aquele profissional que não vê a saúde somente pelo seu lado biológico, compartimentalista.<br />
<br />
É, eu sou uma exceção, eu adoro estudar o SUS, sua formação, seu financiamento. Adoro. Saúde coletiva pra mim é tudo de lindo.<br />
<br />
No meio das minhas matérias antigas, eu achei um texto muito interessante feito um advogado discutindo alguns aspectos do SUS, que é bárbaro. Ainda estou pra ler a lei orgânica toda, mas nesse parágrafo, ele faz um resumão do que encontramos nos artigos da Constituição que se relacionam ao SUS. <br />
<br />
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</style><br />
<div style="text-align: justify;"><blockquote><div class="MsoNormal">Repassando, brevemente, aquela seção do capítulo da Seguridade Social, temos que: o art. 196, de maneira ampla, cuida do direito à saúde; o artigo 197 trata da relevância pública das ações e serviços de saúde, públicos e privados, conferindo ao Estado o direito e o dever de regulamentar, fiscalizar e controlar o setor (público e privado); o artigo 198 dispõe sobre as ações e os serviços públicos de saúde que devem ser garantidos a todos os cidadãos para a sua promoção, proteção e recuperação, ou seja, dispõe sobre o sistema único de saúde; o artigo 199, trata da liberdade da iniciativa privada, suas restrições (não pode explorar o sangue, por ser bem fora do comércio; deve submeter-se à lei quanto à remoção de órgãos e tecidos e partes do corpo humano; não pode contar com a participação do capital estrangeiro na saúde privada; não pode receber auxílios e subvenções, se for entidade de fins econômicos etc) e a possibilidade de o setor participar, complementarmente, do setor publico; e o artigo 200, das atribuições dos órgãos e entidades que compõe o sistema público de saúde. O SUS é mencionado somente nos art 198 e 200.</div></blockquote></div><br />
<div style="text-align: right;">Lenir Santos</div><div style="text-align: right;"></div><div style="text-align: right;"></div><div style="text-align: left;"></div><div style="text-align: left;"></div><div style="text-align: left;">Para ler a Lei Orgânica da Saúde (8080/90) na íntegra, clique <a href="http://www3.dataprev.gov.br/SISLEX/paginas/42/1990/8080.htm">aqui</a>. </div><div style="text-align: left;"><br />
</div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13724778257128832553noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5233497213146717202.post-43489765662009214092010-03-28T16:09:00.000-07:002010-03-28T16:09:34.322-07:00Resumão do PNAN!PNAN – Programa Nacional de Alimentação e Nutrição<br />
*Baseia-se na Segurança Alimentar e Nutricional: abastecimento, oferta, consumo e utilização biológica adequados.<br />
<br />
PROPÓSITO <br />
“Garantia da qualidade dos alimentos colocados para consumo no país, a promoção de práticas alimentares saudáveis e o controle dos distúrbios nutricionais.”<br />
<br />
DIRETRIZES <br />
<br />
1) estímulo às ações intersetoriais com vistas ao acesso universal aos<br />
alimentos;<br />
Depende de informação “extra Setor Saúde”, como informações de produção agrícola, emprego e renda.<br />
<br />
2) garantia da segurança e da qualidade dos alimentos e da prestação<br />
de serviços neste contexto;<br />
Reforço na Vigilância Sanitárioa, tanto no âmbito dos processos tecnológicos pelos quais alimentos industrializados passam quanto os alimentos em serviços de alimentação. Modernização dos equipamentos para fiscalização. Atualização da legislação para que tenha também as atualizações sobre biotecnologia, além de ajustes para comércio entre países do MERCOSUL. Descentralização nas ações de vigilância principalmente nos alimentos com suplementação obrigatória (sal).<br />
<br />
3) monitoramento da situação alimentar e nutricional;<br />
Ampliação e aperfeiçoamento do SISVAN, com o monitoramento especial de grupos de risco, para avaliação e predição de estado de saúde. Sistemas de Informação serão expandidos para acompanhamento de DCNT, prática de aleitamento materno, escolares, etc. <br />
“Nesse sentido, deverá produzir um elenco básico de indicadores capazes de sinalizar os eventos de maior interesse, tais como: disponibilidade de alimentos, aspectos qualitativos e quantitativos da dieta consumida, práticas de amamentação e perfil a dieta complementar pós-desmame, distribuição do peso ao nascer, prevalência da desnutrição energético-protéica, de anemias, do sobrepeso, das deficiências de iodo e de vitamina A e das demais carências de micronutrientes relacionadas às enfermidades crônicas não-transmissíveis.”<br />
<br />
4) promoção de práticas alimentares e estilos de vida saudáveis;<br />
O direito humano à alimentação deverá ser explicitado em todo material educativo, para a construção da cidadania. Valorização do costume regional e dos alimentos de baixo custo. Inicia-se no incentivo ao aleitamento materno, e engloba a prevenção de problemas nutricionais. Inclui-se também regularização da propaganda de alimentos infantis. Apoio a programas como o Hospital Amigo da Criança e Bancos de Leite Humano e facilitação do aleitamento materno para mães que trabalham. Fiscalização de produtos farmacêuticos e dietéticos que visam tratar problemas nutricionais. Capacitação dos profissionais de saúde para orientação alimentar. <br />
<br />
5) prevenção e controle dos distúrbios nutricionais e de doenças associadas à alimentação e nutrição;<br />
Medidas institucionais específicas da nutrição: desnutrição/infecção – avaliação de “família vulnerável”<br />
Intervenções convencionais: DCNT – promoção da saúde e controle dos desvios alimentares.<br />
“(...) serão assegurados apoio alimentar, cuidados nutricionais específicos e atenção básica de saúde a todas as crianças nessa faixa etária que estejam situadas abaixo do percentil 10 da relação peso/idade, com ênfase nos casos abaixo do percentil 3, mediante o desenvolvimento de ações de reabilitação nutricional. Deverá ser considerada, também, a evolução do peso da criança e não somente a localização pontual no Cartão da Criança.”<br />
Deficiência de ferro: fortificação de farinhas de trigo e de milho. Hipovitaminose A: megadoses em emergência, profilática em menores de 5 anos em regiões endêmicas. Fortificação em alguns alimentos como leite e massas alimentícias. Deficência de iodo: sal de consumo humano e animal suplementado com iodato de potássio. <br />
Aleitamento materno: prevenção de desnutrição, hipovitaminose A e deficiência de ferro. Medidas para promoção: suplementação alimentar, Hospital Amigo de Criança, bancos de leite, lei de comercialização de produtos infantis. Municípios que as adotarem terão um repasse maior agregado ao PAB (Piso de Atenção Básica).<br />
<br />
6) promoção do desenvolvimento de linhas de investigação;<br />
Linhas de pesquisa que permitam conhecer a situação do país e estabelecer relações causais: carências nutricionais, valor da dieta, DCNT e perfil de dieta. Elaboração de tabelas de composição principalmente que avaliem os nutrientes com carência. Pesquisas na alimentação institucional, para promoção de hábitos saudáveis. Aleitamento materno; hábitos culturais; modelos de eficácia e intervenção. <br />
<br />
7) desenvolvimento e capacitação de recursos humanos.<br />
“Esse componente deverá merecer atenção especial, sobretudo no tocante ao que define a Lei n.o 8.080/90, em seu Art. 14 e parágrafo único, nos quais está estabelecido que a formação e a educação continuada contemplarão ação intersetorial articulada.” Tendo em vista sempre que a alimentação é direito humano. <br />
<br />
RESPONSABILIDADES INSTITUCIONAIS<br />
Além da Comissão Intersetorial de Alimentação e Nutrição do Conselho Nacional de Saúde, que põe em prática o que está estabelecido na Leio Orgânica da Saúde (8080/90), temos vários Ministérios que tem atribuições para garantir que a segurança alimentar e nutricional seja atingida. (É numa política que necessita de articulação como essa, é que você percebe o quanto de Ministério e órgão esse país possui. Será que não seria mais fácil administrar uma máquina administrativa mais enxuta?) <br />
<br />
1. Governo federal*<br />
Implementar e avaliar a operacionalização das diretrizes e prioridades desta Política Nacional de Alimentação e Nutrição. Participar do financiamento das ações decorrentes desta Política,<br />
destinando recursos, sob a forma de incentivos, procedimentos específicos e outros mecanismos disponíveis para a prestação de serviços e a aquisição, por parte dos outros gestores do SUS, de alimentos e outros insumos definidos. <br />
Promover mecanismos de consolidação do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional <br />
Promover a revisão da legislação sobre alimentos, em especial daquela inerente à vigilância sanitária.<br />
Promover o estabelecimento de rede de laboratórios capacitados à certificação da qualidade de alimentos.<br />
Promover a inspeção e a fiscalização sanitária dos alimentos colocados ao consumo da população, segundo o grau de risco destes produtos, formulando, inclusive, programas específicos para tal fim.<br />
Apoiar estados e municípios, a partir da análise de tendências, no desencadeamento de medidas visando a eliminação ou o controle dos fatores de risco detectados.<br />
<br />
2. Governo estadual*<br />
Participar do financiamento das ações decorrentes da Política Estadual.<br />
• Participar da definição e da aquisição dos alimentos e insumos estratégicos, segundo o seu papel nos planos, programas, projetos e atividades que operacionalizarão a Política.<br />
Organizar e coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde pública, no tocante a procedimentos relativos ao diagnóstico de distúrbios nutricionais e ao controle da iodatação do sal.<br />
<br />
3. Municípios*<br />
Receber e ou adquirir alimentos e suplementos nutricionais, garantindo o abastecimento de forma permanente e oportuna, bem como a sua dispensação adequada.<br />
Promover as medidas necessárias para integrar a programação municipal à adotada pelo Estado.<br />
Implantar, na rede de serviços, o atendimento da clientela portadora de agravos nutricionais clinicamente instalados, envolvendo: a assistência alimentar, o controle de doenças intercorrentes e a vigilância dos irmãos e contatos, garantindo a simultaneidade da execução de ações específicas de nutrição e de ações convencionais de saúde.<br />
Promover a difusão de conhecimentos e recomendações sobre práticas alimentares saudáveis, tais como o valor nutritivo, propriedades terapêuticas, indicações ou interdições de alimentos ou de suas combinações, mobilizando, para tanto, diferentes segmentos sociais, como, por exemplo, a escola. <br />
Associar-se a outros municípios, inclusive na forma de consórcios, de modo a prover o atendimento de sua população nas questões referentes à alimentação e nutrição.<br />
Investir na infra-estrutura de armazenamento dos alimentos e outros insumos estratégicos, visando assegurar a qualidade dos mesmos.<br />
<br />
*pontos mais importantes<br />
<br />
• a redução, para menos de 10%, da incidência do baixo peso ao nascer;<br />
• a diminuição, em 50%, da freqüência de desnutrição moderada e grave em crianças; <br />
• a redução, em 1/3, da ocorrência de anemia em gestantes;<br />
• o controle dos distúrbios provocados pela deficiência de iodo;<br />
• o controle da deficiência de vitamina A como problema de saúde<br />
pública; e <br />
• o provimento de condições para que todas as mães possam amamentar seus filhos de forma exclusiva até o sexto mês de vida, continuando a amamentação, num processo de transição alimentar, até os 2 anos.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/13724778257128832553noreply@blogger.com3